IPCA dentro da meta em 2023
Revisamos nossa projeção de IPCA de 4,85% para 4,65% em 2023, e mantemos em 3,7% para 2024. A inflação segue surpreendendo para baixo, com queda nos preços dos alimentos e desaceleração maior em serviços. A manutenção da expectativa em 2024 em 3,7% leva em consideração nossa revisão de estimativa de cambio de R$4,90 para R$5,00 devido à mudança no patamar de juros lá fora.
Estimamos PIB negativo no 3o trimestre, mas mantendo o crescimento de 2,8% no ano. Com a desaceleração da atividade observada no 3o trimestre, estimamos variação negativa de 0,3% no PIB. Para 2024, mantemos a expectativa de desempenho mais modesto, com crescimento esperado em 1,5%.
Mantemos a expectativa de cortes da Selic em 50 p.b. em novembro e dezembro, encerrando o ano com a taxa em 11,75%. Para 2022, mantemos o orçamento de corte total da taxa básica até 9%, mas seguindo no ritmo mais moderado com desaceleração para reduções de 25 p.b. a partir do final do 1o trimestre.
Cenário externo ainda é desafiador. A alta dos juros nos EUA no último mês trouxe mais incerteza para o cenário, com risco de desaceleração maior da economia global em 2024 e pressionando os juros também no Brasil.
Inflação segue em queda
Revisamos nossa projeção de IPCA de 4,85% para 4,65% em 2023, agora dentro do intervalo da meta. O IPCA de setembro voltou a apresentar variação abaixo da expectativa, com queda maior nos preços de alimentos e desaceleração da inflação de serviços, o que mais que compensou a alta na gasolina. Para 2024, mantemos a expectativa de nova desaceleração do IPCA para 3,7%, já levando em consideração uma apreciação no cambio médio esperado, de R$4,90 para R$5,00 em 2023 e para R$5,05 em 2024 devido ao maior patamar de juros nos EUA.
Atividade desacelera no 3o trimestre e esperamos variação negativa no PIB de 0,3%. Os dados do 3o trimestre confirmam a expectativa de desaceleração da economia, com uma redução maior dos setores de serviços. Nossa expectativa para o crescimento do ano se mantém em 2,8%, devido ao desempenho mais forte apresentado no 1o semestre. Para 2024, esperamos nova desaceleração para 1,5%. O cenário externo segue mais desafiador, com menor demanda global tanto da China como dos países desenvolvidos, devido ao aperto monetário e a elevação dos juros globais, mas deve ser parcialmente compensado pelo esperado afrouxamento monetário interno.
Copom segue o curso com cortes de 0,50 p.b..
Mantemos nossa expectativa de cortes da Selic de 50 p.b. nas duas últimas reuniões do ano. A queda da inflação e a desaceleração da atividade devem permitir a continuidade dos cortes de 50 p.b. na taxa Selic até o começo do 1o trimestre. Para 2024, mantemos nossa estimativa de Selic em 9%, mas com uma desaceleração nos cortes para 25 p.b. a partir do final do 1o trimestre devido à maior incerteza tanto do cenário externo, com patamar de juros mais elevados, como de uma eventual expansão fiscal ou revisão da meta, que pode ter impacto no cambio e resultar em algum repique inflacionário.