Macroeconomia


Dívida Pública Federal | Dezembro 2022

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André Valério

Publicado 26/jan

Em dezembro, emissões da Dívida Pública Federal alcançaram R$31,79 bilhões

Emissão líquida de R$26,25 bilhões, após resgates de R$5,54 bilhões. Do valor emitido, apenas R$3,46 bilhões foram via Tesouro Direto (TD), menos de 11% do total, enquanto o TD representou 43% dos resgates realizados no mês.

Estoque do Tesouro Direto alcançou R$105,1 bilhões, aumento de 2,06% em relação ao mês anterior. O título com maior representação no estoque é o Tesouro IPCA+, que corresponde a 40,51% do total. A emissão líquida do Tesouro Direto foi de R$1,1 bilhões em dezembro, e o título mais demandado pelos investidores foi o Tesouro Selic, que respondeu por 61% do montante vendido.

Número de investidores cadastrados no Tesouro Direto ultrapassa 22,4 milhões. Aumento de 38% em relação a 2021. Apenas em dezembro, 434 mil novos investidores se cadastraram na plataforma. Entretanto, a participação é baixa, com menos 10% dos investidores cadastrados em situação ativa na plataforma.

Estoque da dívida pública federal aumentou 1,4% em dezembro

A dívida interna teve seu estoque ampliado em 1,48%. Por outro lado, a dívida externa viu seu estoque diminuir em 0,89%. A variação na DPF deveu-se à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 54,38 bilhões, e à emissão líquida, no valor de R$ 26,25 bilhões.

Títulos remunerados com taxa flutuante representam a maior parte do estoque. Mais de 38% da dívida pública se enquadra nessa modalidade. Na sequência, títulos indexados pela inflação representam mais de 30% do estoque. Títulos pré-fixados representam por 27% da dívida.

Instituições financeiras detêm a maior parte da dívida, representando mais de 29% dos títulos. Na sequência, fundos de investimento detêm 24%, seguido da previdência, que detêm 23% dos títulos.

Perfil de vencimento da dívida continua ruim

78% da dívida vence em até 5 anos. Quanto mais longo o perfil da dívida, mais sustentável ela é. Atualmente, 22% da dívida vence em até 12 meses e 20% em até 2 anos. Reflexo do elevado risco fiscal associado à economia brasileira, o que impede a rolagem da dívida em termos mais favoráveis ao governo. O prazo médio da dívida interna estava em 3,76 anos em dezembro . Da dívida a vencer em 12 meses, 41% é prefixada. Na sequência vem os títulos com taxa flutuante, que representam 36,2% da dívida a vencer em 12 meses.

Custo médio da dívida segue em tendencia de alta

O custo médio do estoque aumentou para 10,21% (a.a). Em relação a dívida interna, o custo médio aumentou para 10,80% (a.a). Já o custo médio das emissões aumentou para 12,08% (a.a). O elevado custo da dívida pública reforça a necessidade de uma política fiscal responsável que permita a redução das taxas de juros de mercado e, consequentemente, a estabilização da dívida pública. Nesse ritmo, as despesas com juros podem chegar a R$800 bilhões em 2023.

Reserva de liquidez atinge R$1.175,80 bilhões

O nível atual garante o pagamento dos próximos 9 meses. Até julho de 2023 estima-se vencimentos em R$945,15 bilhões. O atual patamar do colchão de liquidez está acima do prudencial, o que garante maior tranquilidade para o governo.


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