Macroeconomia


COPOM Novembro 2024

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Rafaela Vitória

Publicado 06/nov1 min de leitura

Copom eleva a Selic para 11,25%

Em linha com a expectativa, o Copom acelerou o ritmo de alta da Selic para 50 p.b. Trata-se de um decisão bastante hawkish, considerando o cenário atual de juro real já bem restritivo, historicamente elevado para um desvio da expectativa de inflação para a meta relativamente baixo.

A projeção do BC para a inflação permaneceu em 3,6% para o horizonte relevante da política monetária, com o câmbio mais depreciado sendo compensado pelo juro mais restritivo. A visão do balanço de riscos permanece com um viés altista, devido ao mercado de trabalho aquecido e hiato positivo. Nesse ponto, o Copom deixa de considerar uma visão prospectiva de desaceleração da economia devido ao impacto do aperto monetário maior, principalmente via arrefecimento do crédito. O câmbio também é destaque no risco de alta, com o cenário externo de maior incerteza e uma maior percepção de risco fiscal.

Com a indicação de “ajustes futuros” o Copom sugere que ainda espera mais de uma alta nesse ciclo, mas sem se comprometer com o ritmo e nem com a magnitude total do aperto. De fato, o cenário de incerteza pode evoluir tanto para uma melhora na expectativa de inflação, quanto para uma nova deterioração. Um pacote de medidas de ajuste fiscal mais robusto pode resultar em uma retomada, ainda que parcial, da credibilidade da política fiscal, reduzindo o prêmio de risco no câmbio, além de retirar estímulo da demanda interna, o que resultaria em uma desaceleração mais rápida da inflação nos próximos meses. Por outro lado, caso o gasto público tenha nova expansão em 2025, a inflação pode ter nova alta, tanto pela via de repasse cambial como pela demanda interna mais aquecida.

Nosso cenário base ainda é de uma alta de 50bps na reunião em dezembro, mesmo com a expectativa de desaceleração do IPCA em novembro, com a redução da tarifa elétrica, e novo corte esperado de 25 bps pelo Fed. Para janeiro, no entanto, ainda vemos uma indefinição e podemos ter um ajuste menor caso o pacote de medidas fiscais seja bem recebido pelo mercado.


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