Copom eleva a Selic para 14,25%
O Copom elevou a Selic em 1,00 p.p. em linha com o esperado e o guidance estabelecido em novembro. Para a próxima reunião em maio, o Copom antevê ainda a necessidade de nova alta, mas em magnitude menor, e deixou em aberto as decisões seguintes.

O comunicado manteve o tom mais duro e o viés altista na análise dos riscos para a inflação, apesar da melhora marginal no cenário, principalmente com a valorização do real. Os sinais de desaceleração da atividade também tiveram menção secundária e o comitê continua enfatizando a desacncoragem das expectativas de inflação, que de fato continuaram a deteriorar desde a última reunião.

Para o próximo Copom em maio, mantemos a expectativa de uma alta de 0,50 p.p. para 14,75%, encerrando o ciclo de aperto monetário. A continuidade da desaceleração da economia e o cambio mais favorável devem contribuir para reverter, em parte, a elevação nas expectativas de inflação. Com a magnitude do aperto monetário, o atual patamar de juro real já é bastante restritivo e suficiente para a convergência da inflação para a meta até 2026, que na projeção do BC está em 3,9%. O risco de nova expansão fiscal e parafiscal deve continuar no radar, podendo impactar o processo de desinflação tirando força da política monetária e resultando na persistência maior da inflação.