Macroeconomia


COPOM | Maio 2025

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Rafaela Vitória

Publicado 08/mai

Copom eleva a Selic para 14,75%

O Copom elevou a Selic em 0,50 p.p. para 14,75%. No comunicado, o comitê deixou em aberto os próximos passos da política monetária ressaltando que a maior incerteza no cenário indica necessidade de maior cautela, considerando o choque de juros dado e a defasagem do seu impacto . A “flexibilidade” mencionada no comunicado indica que já pode ter sido o fim do ciclo de alta.

Além da necessidade de maior cautela, o Copom também retirou do comunicado o viés de alta da inflação no seu balanço de riscos, além de revisar suas projeções para o IPCA para baixo, tanto para 2025, de 5,1% para 4,8% como para o horizonte relevante da política monetária em 2026, de 3,9% para 3,6%.

A inflação dá sinais marginais de desaceleração mas segue ainda em patamar elevado, bem como as expectativas mais longas que permanecem desancoradas, o que reforça a visão de que a política monetária deve continuar no elevado patamar contracionista por um prazo mais longo.

Mantemos nossa expectativa de que não haverá nova elevação da taxa na próxima reunião em junho, e a taxa Selic deve permanecer em 14,75% até o final do ano. Os sinais de desaceleração da economia ainda são moderados e a potência da política monetária ainda é impactada pela expansão fiscal. Por outro lado, as novas tarifas americanas devem contribuir para a deflação de bens nos próximos meses, bem como uma desaceleração da atividade global, o que deve ajudar no processo de desinflação no Brasil. O desempenho da política fiscal será fundamental para que esse processo se consolide. Caso o governo continue flertando com medidas de mais gastos, podemos ver a demanda aquecida mantendo a inflação mais persistente e alongando o aperto monetário.


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