Macroeconomia


COPOM | Junho 2025

jeFtv1X8_400x400

Rafaela Vitória

Publicado 18/jun

Copom eleva a Selic em 0,25 p.p. para 15%

Em decisão unânime, o Copom elevou a Selic para 15%, maior patamar desde 2006. A decisão não foi uma surpresa mas foi mais hawkish considerando que as expectativas de mercado estavam divididas entre a alta de 0,25 p.p. e a manutenção. No comunicado, o Copom antecipa a pausa no ciclo de alta, mas espera que a taxa de juros permaneça no patamar restritivo por um período bastante prolongado. Apesar dos sinais de moderação da atividade e taxa de câmbio mais favorável, a expectativa de inflação desancorada ainda é o principal fator de preocupação para o comitê.

O Copom manteve sua avaliação sobre o balanço de riscos para a inflação, mantendo as projeções de IPCA em 4,9% para 2025 e 3,6% para 2026, apesar da queda do dólar desde a última reunião. O Copom menciona os sinais de moderação do crescimento da economia por um lado, mas também ressalta as incertezas na condução da política fiscal, com pressões no mercado de trabalho e projeções de inflação ainda elevadas.

Nossa expectativa é de manutenção da taxa Selic em 15% até o final do ano. A inflação dá os primeiros sinais de queda mas segue em patamar bem acima da meta, que é de 4,5%. O esfriamento da atividade ocorre de maneira moderada e, mesmo com a contribuição favorável do cambio nos reajustes de preços de bens comercializáveis, a política monetária deve se manter restritiva por um período longo, até uma sinalização maior da convergência das expectativas. Na nossa visão, a condução da política fiscal será fundamental para a determinação do início dos cortes de juros. Caso tenhamos novo aumento de gastos e uma indicação de orçamento mais expansivo em 2026, o Copom pode manter os juros elevados por mais tempo, postergando cortes de juros até uma queda mais significativa da inflação corrente. O fiscal expansionista e sem regras críveis cobra um elevado custo da política monetária.


Compartilhe essa notícia

Notícias Relacionadas

Receba nossas análises por e-mail