Macroeconomia


COPOM | Julho 2025

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Rafaela Vitória

Publicado 30/jul

Copom mantém a Selic em 15%

Após 7 altas que acumularam 4,50 p.p., o Copom manteve a Selic em 15%, em linha com a expectativa. No comunicado, o Copom também manteve o tom mais duro e espera que a taxa de juros permaneça no patamar restritivo por um período bastante prolongado, ainda tratando a pausa como uma interrupção no ciclo de alta. Apesar dos sinais de moderação da atividade e dinâmica mais favorável nos dados de inflação mais recentes, a expectativa desancorada ainda é o principal fator de preocupação para o comitê.

Na avaliação sobre o balanço de riscos para a inflação, o Copom manteve sua projeção de IPCA em 4,9% para 2025 e 3,6% para 2026. Os primeiros sinais de moderação do crescimento da economia são positivos, mas as a condução da política fiscal, com mercado de trabalho ainda aquecido permanecem como riscos de alta. O cenário externo de maior incerteza, com o impacto das tarifas dos EUA ainda por vir, também exige cautela.

Mantemos nossa expectativa de início da flexibilização em dezembro. A inflação dá os primeiros sinais de queda e o esfriamento da atividade deve continuar com a desaceleração do crédito. O cambio mais favorável e a recente queda de preços ao produtor ainda terá efeito na inflação ao consumidor nos próximos meses, e as expectativas de inflação devem continuar a tenência de revisões de baixa.

A condução da política fiscal será fundamental para a determinação do início dos cortes na Selic. Caso tenhamos aumento de gastos e uma indicação de orçamento mais expansivo em 2026, o Copom pode manter a Selic restritiva por mais tempo, postergando o afrouxamento até uma queda mais significativa da inflação corrente. O fiscal expansionista e sem regras críveis cobra um elevado custo da política monetária.


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