Macroeconomia


COPOM | Janeiro 2025

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Rafaela Vitória

Publicado 30/jan2 min de leitura

Copom eleva a Selic para 13,25%

Seguindo a indicação dada na última reunião, o Copom elevou a Selic novamente em 1 p.p.. No comunicado, o comitê confirmou a expectativa de nova alta de 1 p.p. para a próxima reunião em março, mas a partir daí deixou em aberto os próximos passos. Considerando a incerteza no cenário e como os fatores de risco vão evoluir ao longo dos próximos meses, a decisão de não indicar mudança no ritmo de alta ou mesmo a magnitude do ciclo é acertada nesse momento.

Apesar do significativo choque de juros em curso, a inflação deve seguir acelerando nesse começo de 2025 e projetamos um pico de 5,6% para o IPCA em agosto, fechando o ano em 5,1%. Nesse cenário, nossa expectativa é que a Selic deva chegar a 15% no final do ciclo em maio, um juro real próximo de 10% e, ainda assim, sem esperança de rápida convergência da inflação para a meta. De fato, mesmo a recente revisão de alta de juros pelo mercado e o alivio no câmbio não foram suficientes para ancorar as expectativas que seguem em alta desde dezembro. Nas projeções do BC, para o prazo relevante da política monetária, a inflação deve chegar a 4% no 3º trimestre de 2026, ainda acima do centro da meta de 3%.

Em meio à forte expansão fiscal dos últimos dois anos, a política monetária perdeu potência e a queda da inflação hoje depende muito mais do controle dos gastos públicos e consequente desaquecimento da demanda. Caso o governo tenha maior disciplina fiscal, poderemos ver uma desaceleração maior da atividade, o que, aliado à taxa de juros restritiva, pode resultar em desinflação mais rápida. Por outro lado, uma reação contrária do governo, respondendo com novos estímulos ao temor de uma potencial queda do PIB, pode elevar ainda mais a inflação e manter a Selic em alto patamar por um prazo prolongado.


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