Dólar sobe e fecha a semana em R$5,81 com tensões geopolíticas em foco
O dólar fechou a última sexta-feira em R$5,80, alta de 0,17% ao longo da semana. O câmbio em novembro tem queda de 1,08%, apreciando 18,09% no acumulado do ano.
A semana, também mais curta com o feriado da Consciência Negra, começou calma com recuo na cotação do câmbio refletindo tendência global de um dólar mais fraco, devolvendo parte dos ganhos que a moeda americana tem feito desde a eleição de Donald Trump.
A calmaria, porém, durou pouco: o mercado de terça-feira já começou recebendo tensões do exterior com ameaças nucleares vindas da Rússia, em mais um evento realçando a escalada nas tensões geopolíticas desde a invasão da Ucrânia. Como resultado, houve um evento de “flight to safety” que foi realçado no Brasil, motivado por agentes de mercado buscando um posicionamento mais seguro à espera de possíveis notícias do pacote fiscal durante o feriado.
O que ocorreu porém foi o anúncio de mais um adiamento das medidas de contenção fiscal, desta vez para a última semana do mês, que gerou novas reações negativas no câmbio da semana apesar da divulgação simultânea de um bloqueio orçamentário de R$5bi para 2024, sinalizando que a ansiedade por medidas claras é grande o suficiente a ponto de gerar negatividade acerca do tamanho final da contenção fiscal. Há também o fator técnico do feriado, que forçou um ajuste tardio nas posições cambiais e fez com que o real tenha performado pior que os pares emergentes durante o pregão de quinta-feira.
Apesar dos temores fiscais, a pauta dominante continuou sendo a geopolítica, com repercussões adicionais de um suposto ataque a mísseis feito pela Rússia na Ucrânia adicionando pressão no movimento global de rotação de ativos financeiros emergentes para os Estados Unidos.
Expectativas de mercado
Com o tema principal sendo as tensões geopolíticas internacionais, a pauta doméstica foi desfocada e isso se reflete na volatilidade implícita, que segue em patamares calmos e sem grandes alterações ao longo dos próximos vértices, com melhora na margem contra a semana passada.
O risco fiscal, como visto pelas taxas do CDS, também apresentou outra melhora frente a semana passada, com queda aproximada de 10p.b. e se situando na faixa de 160p.b.
As condições de liquidez apresentaram melhora na margem frente a semana passada, com a média do bid-askspread se situando na faixa de 5p.b. frente ao nível de 10p.b. visto anteriormente.
No câmbio contratado, temos visto um fluxo mais fraco de compras financeiras do que vendas financeiras nos dados recentes, com assimetria também percebida nos contratos para importações, que seguem maiores do que o fluxo de internalização por exportações.