Macroeconomia


Câmbio | 23.Set.24

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Gustavo Menezes

Publicado 23/set2 min de leitura

Dólar fecha semana em R$5,51, marcado por Super-Quarta e “triple witching”

O dólar fechou a última sexta-feira em R$5,51, acumulando baixa de 0,97% ao longo da semana. No acumulado de setembro, o dólar acumulou queda de 1,91%, apesar de apreciar 12,07% no acumulado do ano.

A semana já começou com o dólar em queda forte, com o mercado se movimentando para precificar um corte de 50p.b. do Fed que, de fato, se materializou na reunião de quarta. Em seu discurso, Powell afirmou que as próximas decisões de política monetária devem ser feitas reunião por reunião, reforçando a importância dos dados econômicos vindouros para determinar o ritmo de recalibramento da taxa de juros.

No mesmo dia, o Copom decidiu aumentar a Selic em 25p.b., fato que refletiu na abertura do dia seguinte, com o dólar operando em mais uma queda. Simultaneamente, porém, vimos um aumento dos prêmios nos horizontes curto e médio da curva de juros, que decorreu da reprecificação do mercado acerca das decisões futuras do Banco Central para a taxa básica de juros: espera-se um total de 150p.b. neste ciclo de alta, sendo a próxima reunião um provável aumento de 50p.b.

Finalmente, parte da queda no câmbio ao longo da semana foi revertida na sexta-feira, junto com mais um aumento da taxa de juros e, notavelmente, de forte subida no risco-país. Apesar de existirem temores domésticos, por conta de maior desconfiança do mercado acerca do cumprimento do arcabouço fiscal após a divulgação do relatório bimestral fiscal, este movimento também foi notado internacionalmente dentre os emergentes e desenvolvidos, num evento de volatilidade motivado pelo “triple witching”, com o vencimento sazonal de US$5,1 trilhões em opções e futuros de renda variável no mercado americano.

Expectativas de mercado

Em linha com o último relatório, houve redução na expectativa de volatilidade no curto prazo após a materialização das decisões de política monetária efetuadas na quarta-feira.

Ao mesmo tempo, porém, vimos movimentos bruscos no risco-país, que fechou praticamente inalterado na semana apesar de variações acima de 10p.b. em dois dias.

Percebemos uma continuidade da condição mais estressada no mercado de câmbio (à julgar pelo bid-ask spread mais elevado) e da maior pressão de venda financeira no câmbio contratado, notando que parte da redução do movimento de compra financeira foi compensada por um aumento na quantidade de dólares repatriados por exportadores.

Esta repatriação contribuiu para a variação positiva das reservas desde o último relatório, fortalecendo a posição internacional do BC.


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