Macroeconomia


Câmbio | 09.Set.24

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Gustavo Menezes

Publicado 09/set1 min de leitura

Dólar fecha semana em R$5,60, marcado por Guillen e payroll americano

O dólar fechou a última sexta-feira em R$5,60, acumulando discreta baixa de 0,21% ao longo da semana. No acumulado de setembro, o dólar acumulou queda de 0,33%, apesar de apreciar 13,87% no acumulado do ano. Essa semana, mesmo tendo sido mais curta por conta do Labor Day americano, foi marcada por eventos importantes que quase se anularam nos seus efeitos ao câmbio.

Na segunda tivemos swaps do BC em continuidade às primeiras intervenções no câmbio desde 2022, mas que não foram suficientes para conter a alta que se estendeu na terça por conta de um efeito global de aversão ao risco, conforme sinalizado pela apreciação do DXY que mede a força geral do dólar contra as principais moedas do mundo.

A alta do início da semana, contudo, foi revertida na quinta por conta das falas hawkish vindas de Diogo Guillen, diretor do BC, acerca da possível alta de juros na próxima reunião do Copom.

Finalmente, o release dos dados de emprego americano tiveram um impacto misto no câmbio. Apesar da prévia de um resultado mais fraco do que o esperado, conforme os dados da ADP na quinta, a divulgação oficial na sexta-feira gerou volatilidade no mercado: o dólar, que inicialmente abriu em queda, variou quase 1% durante a sessão e fechou em alta após as expectativas de mercado acerca da próxima reunião do FOMC terem sido alteradas pelo discurso de Christopher Waller, um dos governadores do Fed, sinalizando a preferência por um corte de 25p.b. ao invés de 50p.b.

Expectativas de mercado

O cenário de elevada volatilidade no curto prazo persiste apesar da discreta melhora observada desde o último relatório, sendo motivada primariamente por conta da incerteza associada à direção de política monetária que deve ser balizada pelo Fed e BC em suas próximas respectivas reuniões, que irão acontecer simultaneamente nos dias de 17-18 de setembro. Nos atentamos, também, à ligeira perturbação no vértice de dois meses, que aparenta indicar um posicionamento prévio do mercado de incerteza em relação aos resultados da eleição presidencial americana.

Domesticamente, percebemos uma redução do prêmio da curva ao longo dos vértices mais longos. Essa informação, combinada com o aumento do risco-país, é indicativa de que a redução de juros longos na curva é motivada por um ganho de credibilidade do Banco Central após o discurso de Guillen, indicando uma melhor ancoragem de expectativas para a inflação de longo prazo.


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