Macroeconomia


Câmbio | 07.Out.2024

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Gustavo Menezes

Publicado 07/out3 min de leitura

Dólar fecha semana em R$5,46, marcado por Moody’s, Irã-Israel e payroll

O dólar fechou a última sexta-feira em R$5,46, alta de 0,4% ao longo da semana. Em outubro, o dólar tem alta de 0,31%, apreciando 10,95% no acumulado do ano.

A semana começou com leves alterações no câmbio, sem notícias substantivas. Porém, após o fechamento do mercado de terça, foi recebido o anúncio do upgrade de rating de crédito do Brasil pela Moody’s, em seguimento à reunião feita entre Haddad e agências de crédito na semana passada, na qual foi formada uma expectativa de upgrade ao longo do próximo ano.

Porém, a Moody’s surpreendeu com a melhora de rating já nessa semana para Ba1, deixando o Brasil a apenas um degrau do “grau de investimento”. A notícia, inicialmente bem recebida pelo câmbio e pelo DI, perdurou pouco: a percepção é de que o upgrade é um grande voto de confiança da agência ao governo, e que a situação de cautela por conta do fiscal ainda não mostrou sinais de melhora suficientes para justificar a mudança no rating.

O fechamento de alta na quarta foi intensificado na quinta, após movimento de “flight to safety” motivado por escalamento das tensões no Oriente Médio após o ataque do Irã à Israel e possíveis movimentos de retaliação apoiados pelos EUA.

Na sexta, o resultado robusto do payroll americano reduziu as apostas por um corte de 50p.b. por parte do Fed na reunião de novembro, mitigando a abertura do diferencial de juros esperada pelos agentes de mercado. Porém, os prêmios na curva de juros seguem bastante atrativos para o estrangeiro, e após abrir o dia com forte alta, o dólar devolveu toda a tendência e encerrou o dia com baixa, após influxo estrangeiro de carry trade.

Expectativas de mercado

Com a aproximação das eleições americanas, percebemos um aumento significativo da volatilidade esperada pelo mercado para o dólar em aproximadamente um mês, sendo as eleições realizadas no dia 5 de novembro.

Apesar do aumento de volume nas duas pontas do câmbio contratado, percebe-se que a assimetria para a venda está sendo reduzida como provável resultado do aumento do diferencial de juros. O aumento recente do fluxo de compra para exportações tem também ajudado a melhorar a posição internacional do Banco Central, com alta na variação das reservas que supera a variação negativa resultada pelas operações de swap efetuadas.

A percepção de risco do investidor estrangeiro, conforme o CDS, ficou mais benigna após o upgrade da Moody’s, mas ficamos atentos à uma possível reversão dado o fato que esse otimismo não é compartilhado pelos investidores domésticos conforme o prêmio da curva de juros.


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