Atividade tem nova queda em outubro
Em outubro, a indústria permaneceu estagnada enquanto varejo e serviços tiveram queda além do esperado. O resultado mostra a continuidade da desaceleração da atividade observada a partir do 3o trimestre e indica que a economia perde força no último trimestre do ano. Essa mudança pode ser atribuída à política monetária ainda bastante restritiva, apesar da melhora no emprego e renda, o crescimento do crédito segue limitado. Estimamos que o índice de atividade tenha tido queda de 0,2% no mês, com alta de 1% em relação ao mesmo período no ano passado, em linha com nossa expectativa de estabilidade do PIB no 4o trimestre.
Produção industrial variou 0,1% em outubro
A indústria permanece praticamente estagnada no ano. Na comparação com setembro, houve variação de 0,1%, com queda em bens de consumo durável e bens de capital. O setor é ainda impactado pela política monetária mais restritiva de maneira geral, e apenas o segmento de produção de petróleo e gás vem apresentando alta no ano.
Um dos destaques negativos no ano é a queda da produção de bens de capital, que acumula 10%. O cenário de queda de investimento que prevaleceu em 2023 teve impacto na produção de bens de capital. A continuidade do ciclo de cortes da política monetária pode aliviar a situação da indústria ao longo de 2024, mas a expectativa ainda será de lenta retomada considerando a também desaceleração esperada na demanda global.
Varejo recua 0,3% em outubro
Resultado ficou baixo da expectativa que era de estabilidade no mês. Na comparação com outubro de 2022, o volume de vendas ficou praticamente estável, com variação de 0,2%. Com o resultado, o setor acumula alta de 1,6% em 2023 indicando também desaceleração nessa reta final do ano.
Na versão ampliada, as vendas no varejo também recuaram 0,4% na comparação com setembro, mas com crescimento de 2,5% em relação a outubro de 2022, devido à base de comparação.
Vestuário, supermercado e combustíveis foram destaques de queda em outubro. Apesar da melhora na renda das famílias e a tendencia de queda da inflação, o varejo permanece com fraco desempenho no trimestre, ainda reflexo do elevado endividamento das famílias que vem impedindo uma recuperação maior do comércio.
Volume de serviços recua 0,6% em setembro
Setor teve o terceiro resultado consecutivo negativo e ficou abaixo da expectativa. A desaceleração do setor começa acumular e, no ano, o volume de serviços tem alta acumulada de 3,1%.
Em outubro, a queda maior foi em serviços às famílias, -2,1%, e transportes, -2%. Por outro lado, serviços administrativos e TI tiveram alta no mês.
A expectativa para o setor é de continuidade da desaceleração, considerando a perspectiva de consumo das famílias estagnado pelo cenário de ainda aperto monetário e elevado nível de comprometimento de renda com dívidas. Uma retomada mais moderada deve acontecer a partir de 2024 com efeito de queda da Selic maior na economia.