Macroeconomia


Atividade | Novembro 2023

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Luana Bretas

Publicado 17/jan5 min de leitura

Atividade apresenta crescimento em novembro

Em novembro, a indústria cresceu acima do esperado enquanto varejo e serviços apresentaram crescimento em linha com expectativas. O resultado mostra uma melhora na atividade em relação a outubro. O crescimento, no entanto, veio de atividades menos cíclicas, não indicando fortalecimento estrutural da atividade. A expectativa para 2024 é de relativa estabilidade no crescimento, considerando a propagação lenta dos impactos da política monetária, com taxas de juros ainda em patamares restritivos.

Produção industrial aumentou 0,5% em novembro

O resultado veio acima das expectativas de 0,3%, mas ainda em níveis estáveis de crescimento. Em comparação com novembro do ano passado, a indústria cresceu 1,3%. O acumulado no ano, contudo, permanece praticamente inalterado, com alta de apenas 0,1%.

O índice de difusão caiu em relação a outubro, indo de 56% para 52%. A maior contribuição positiva veio da indústria extrativa, que cresceu 3,4%, seguida por alimentos e bebidas, com crescimento de 2,8%. Os principais impactos negativos vieram de farmacêuticos (-10,2%), equipamentos eletrônicos (-6,5%) e veículos (-3,1%), setores importantes da indústria brasileira. Com isso, mesmo com o resultado positivo, a dinâmica ainda se mostra fragilizada, uma vez que o impacto positivo veio de setores de consumo essencial, enquanto setores de peso na indústria sofreram queda.

Em relação às grandes categorias econômicas, os bens intermediários e de consumo semi e não duráveis apresentaram respectiva alta de 1,6% e 0,2%, enquanto os bens de capital e os bens duráveis seguiram em queda de -1,7% e -3,3% respectivamente. No acumulado do ano, apenas os bens de capital apresentam queda acentuada de -10,7%. A perspectiva para 2024 continua delicada, com o efeito dos juros elevados ainda pesando o setor e baixa demanda externa.

Varejo cresce 0,1% em novembro

O resultado veio em linha com as expectativas do mercado, seguindo estabilidade depois de uma queda no mês passado. Em comparação com novembro de 2022, o avanço foi de 2,2%, acima dos 0,2% observados em outubro. No acumulado do ano, o crescimento foi de 1,7%, e 2,6% no acumulado em 12 meses.

Na versão ampliada, que considera o comércio de bens duráveis como veículos e materiais de construção, o volume cresceu 1,3% no mês e 2,3% no acumulado em 12 meses. No ano, a variação foi de 2,6%, seguindo estabilidade de crescimento. Já em comparação ano contra ano, o volume ampliado cresceu 4,3%, ante 2,6% em outubro.

Informática e comunicação tiveram destaque de contribuição positiva, com 18,6% de variação no mês, seguidos de móveis (4,5%) e vestuário (3%). No lado negativo, temos artigos farmacêuticos e papelaria, com respectivas quedas de 1,6% e 1,5%.

A expectativa para dezembro é um impulso no setor devido ao componente sazonal do período. No entanto, a visão geral é de um crescimento moderado a estável, com uma propagação ainda lenta dos efeitos da política monetária.

Volume de serviços sobe 0,4% em novembro

Resultado quebra sequência de quedas consecutivas nos últimos 3 meses e vem em linha com as expectativas. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses o crescimento do setor veio mais brando, passando de 3% para 2,7%, e de 3,6% para 3%, respectivamente. Em comparação com novembro de 2022, houve queda de 0,3%.

As principais contribuições positivas vieram de serviços às famílias (2,2%) e outros serviços (3,6%), enquanto a maior queda veio de transportes (-1%). Dentre os serviços às famílias, o principal fator de alta veio de alimentação, enquanto o setor imobiliário impulsionou o crescimento dos outros serviços. Entre os serviços de transporte, o transporte aéreo foi o destaque negativo, com queda de 16,1% no mês.

De modo geral, o resultado indica um alívio no setor após três meses consecutivos de queda. Entretanto, mesmo com o aumento no volume, vemos uma certa fragilidade no setor, com o desempenho se concentrando em setores menos cíclicos, como o alimentício e o imobiliário, enquanto o grupo de transportes sugere uma demanda menos aquecida, apesar do desempenho positivo no transporte de cargas.


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