Transações correntes apresentam melhoria de 80% na comparação interanual
O saldo das transações correntes foi deficitário em US$1,375 bilhão no mês de setembro, em linha com a expectativa e uma queda significativa em relação a setembro de 2022 (US$6,9 bilhões). Este resultado reflete, principalmente, a balança comercial superavitária em US$7,2 bilhões, influenciada pela redução nas importações e pela redução no déficit em renda primária.
No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit em transações correntes atinge US$39,8 bilhões (1,92% do PIB), reforçando a melhora de desempenho em relação aos US$56,9 bilhões (3,09% do PIB) observados em setembro de 2022.
Investimento Direto no País (IDP) acumula US$60 bilhões em 12 meses
No mês, IDP somou US$3,8 bilhões, ante US$9,6 bilhões em setembro de 2022. O resultado é decorrente do ingresso líquido de US$3,4 bilhões em participação no capital e de US$368 milhões em operações intercompanhia.
O desempenho do IDP, que ficou aquém das projeções do mercado, segue em tendência de queda, refletindo o desaquecimento global, com o aperto monetário e elevação dos juros nos EUA e pela acomodação da cotação das commodities após a forte alta em 2022.
Commodities
O atual patamar de commodities metálicas e energéticas ainda é benéfico para o balanço de pagamentos, uma vez que eles representam uma parcela significativa das exportações brasileiras. Enquanto o minério de ferro e seus concentrados representam cerca de 8,5% do total das exportações, petróleo e derivados já chegam cerca de 12%. Além disso, os volumes elevados de produção de commodities agrícolas também reflete melhorias do Brasil relativamente ao mercado global em sua balança comercial.
Importações de pequeno valor
No acumulado anual, a importação de mercadorias de pequeno valor teve redução de aproximadamente 10%. No período entre os meses de janeiro e setembro, as pequenas importações atingiram aproximadamente US$7,7 bilhões em 2023, contra US$8,5 bilhões do mesmo período em 2022. Apenas no mês de setembro, a comparação interanual indica uma redução de 30% nos valores importados, saindo de US$1,2 bilhão em 2022 para US$832 milhões em 2023.
Por outro lado, a aquisição de criptoativos têm apresentado um crescimento acelerado nas importações, (conforme a classificação do BC que considera a compra de critpo como importação e não como investimento). No acumulado anual houve crescimento de 50% nas importações deste ativo (de US$5,7 bi para US$8,5 bi), enquanto na comparação interanual do mesmo mês houve crescimento de aproximadamente 100% (de US$501 milhões para US$1,03 bilhão).
Houve, também, crescimento 381% no valor das exportações de criptoativos, apesar dos valores nominais ainda serem relativamente baixos. No acumulado anual, até o mês de setembro, estes valores passaram de US$85 milhões para US$408 milhões entre 2022 e 2023.