Macroeconomia


Análise | Setor Externo | Novembro 22

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Rafaela Vitória

Publicado 21/dez5 min de leitura

Déficit em transações correntes foi de US $60 milhões no mês de novembro

Resultado surpreendeu de maneira considerável as expectativas de déficit de 2,1 bilhões no mês. No acumulado no ano, o déficit é de US $44,6 bilhões, apresentando ampliação de 15,5% frente ao mesmo período em 2021. Já no período de 12 meses, apresentou a terceira queda consecutiva, atingindo 2,78% do PIB. Entre as razões para o fluxo mais negativo este ano estão o aumento de remessas de lucros e dividendos, o crescimento das viagens e transportes.

O superávit da balança comercial acumulado até novembro foi de US$57,5 bilhões

O elevado fluxo comercial ao longo do ano de 2022 é reflexo da conjuntura favorável para as exportações de commodities e do crescimento das importações da indústria de transformação. Ambas os segmentos foram amplamente impactados pelo componente preço e volume.

Houve ampliação para US$15,8 bilhões da discrepância entre a balança comercial calculada pela Secex e a calculada pelo Banco Central. Essa diferença se dá principalmente pela relevância da negociação internacional de bens de pequeno valor nas importações, via encomendas. No acumulado no ano, essa categoria já corresponde a US$11,5 bilhões das importações brasileiras.

Ainda assim, dada a desaceleração da economia brasileira e o alívio nos preços internacionais, esperamos que o saldo das importações recuem em dezembro para próximo de 18 bilhões.

Balança de serviços reflete recuperação de gastos em viagens

O déficit na conta de serviços foi de 2,6 bilhões no mês. No acumulado no ano o valor é de 32,8 bilhões, crescimento de 48% frente ao mesmo período do ano anterior. Destacamos a recuperação do segmento viagens, no qual as despesas com viagens internacionais já quase retornaram ao patamar pré-pandemia.

Mesmo com o elevado envio de remessas de lucro ao exterior ao longo do ano, o déficit em renda primária apresentou um pequeno crescimento no ano (+6,5%). No mês, o déficit foi de 2,9 bilhões, queda de 18,4% em relação ao mesmo período de 2021.

Investimento Direto no País (IDP) acumula US$82 bilhões em 2022

Em novembro, o IDP somou US$8,3 bilhões. Apresenta crescimento de 66% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado até novembro de 2022, o IDP atingiu níveis vistos apenas antes de 2014, com US$82 bilhões.

Investimento em carteira totalizou entrada líquida de US$3,5 bilhões em novembro

O resultado foi fruto da entrada de US$2,3 bilhões em investimentos em ações e fundos de investimento e US$1,2 bilhões em títulos de dívida. Para o acumulado no ano, acumula saldo positivo de US$4,6 bilhões.

Reservas internacionais somam US$331,5 bilhões em novembro

Apresentando crescimento de US$6 bilhões em relação ao mês anterior. Parte considerável desse aumento pode ser atribuída à contribuição positiva de preços, US$1,6 bilhões, e de paridades, US$2,8 bilhões. O aumento observado refletiu a dinâmica de apreciação dos títulos do tesouro americano. Além disso, 20% das reservas são em outras moedas, incluindo euro, libra e iene, impactando positivamente as reservas frente a desvalorização global do dólar.


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