Macroeconomia


Análise | Setor Externo | Junho 24

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André Valério

Publicado 25/jul1 min de leitura

Transações correntes foram deficitárias em US$4,0 bilhões em junho

Transações correntes foram deficitárias em US$4,0 bilhões em junho, abaixo da expectativa de de US$2,9 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit registrado foi de US$31,5 bilhões, ou 1,4% do PIB. Em junho de 2023, as transações correntes haviam sido deficitárias em US$200 milhões. O resultado pior esse ano foi fruto do recuo de US$3,3 bilhões no saldo comercial e do aumento em US$400 milhões e US$45milhões nos déficits em serviços e renda primária.

Investimento Direto no País (IDP) teve ingresso líquido de US$ 6,3 bilhões

O IDP em junho foi de US$6,3 bilhões, acima da expectativa de US$3,3 bilhões. Nesse mês, houve ingresso líquido de US$4,3 bilhões em participação no capital e US$2bilhões em operações intercompanhia. No acumulado de 12 meses, o IDP totalizou US$70,3 bilhões, o que corresponde a 3,15% do PIB, acima do observado no mês passado, mantendo atendência de alta.

Balança de Pagamentos e ajustes do BC

A partir de junho, o BC passou a alocar a aquisição de criptoativos na conta capital, e não mais na balança comercial, como recomendação revisada do FMI. Além disso, também aprimorou a estimativa de taxa de serviço paga às empresas de jogos e apostas. A recategorização de cripto ampliou o déficit na conta de capital e aumentou o superávit em transações correntes, enquanto o ajuste nos jogos e apostas ampliou o déficit de serviços e reduziu o déficit de renda secundária, sem alteração no resultado em conta corrente. A redução líquida no déficit de transações correntes, foi de US$9,1 bi em 2023 e US$12,5bi em 12 meses até junho.

Desse modo, os números da balança comercial do BC ficaram mais próximos aos reportados pela Secex, sendo a discrepância remanescente fruto das importações de pequeno valor, que seguem em estabilidade perto das máximas do ano passado, mesmo com o maior rigor aduaneiro implementado pelo governo federal na taxação.

Deterioração do saldo comercial e carros chineses

Após atingir máximas no início deste ano, as exportações líquidas demonstraram um ligeiro recuo causado por uma deterioração moderada nas exportações ex-petróleo, ainda assim com uma melhora do superávit deste segmento devido a continuidade dos aumentos de produção do setor. Vemos também um aumento das importações por conta de bens duráveis, mais especificamente carros elétricos chineses, numa situação que culminou em medidas de tributação de importações, com aumentos paulatinos na alíquota até atingir 35% em julho de 2026.

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