Déficit em transações correntes cai para US$ 2,8 bilhões no mês de fevereiro
Resultado surpreendeu as expectativas, que esperavam déficit de US$ 5 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit somou US$ 54,4 bilhões, representando uma ampliação de 16,2% frente ao período homólogo. Destacamos a balança comercial colaborando positivamente para as transações correntes, com superávit de 2,5 bilhões. Por outro lado, remessas de lucros enviadas ao exterior e viagens destacam-se na ponta deficitária.
Balança de serviços reflete recuperação de gastos em viagens
O déficit na conta de serviços foi de 2 bilhões no mês, redução de 27,6% em relação a fevereiro do ano passado. O que corroborou para o resultado foram os desempenhos das contas de transportes e principalmente pela conta de transportes e despesas liquidas em viagens internacionais. Para o caso da primeira, a redução dos custos de frete levou a uma queda nas despesas liquidas de 31,6%. Já para a conta de viagens, o maior movimento turístico nos aeroportos fomentou o resultado.
Com o aumento do envio de remessas de lucro e de dividendo ao exterior, déficit em renda primária somou US$ 3,4 bilhões no mês, apresentando redução de 33,5% em comparação ao déficit do ano anterior. Ambas as despesas liquidas – de juros e lucros e dividendos – apresentaram recuo no período.
Investimento Direto no País (IDP) acumula US$88 bilhões em 12 meses
No mês, IDP somou US$6,5 bilhões, ante US$ 10,8 bilhões em fevereiro de 2022. O resultado decorre do ingresso líquido de US$ 1,6 bilhão em operação intercompanhia e de US$ 4,9 bilhões em participação no capital. Cabe destacar que, com a reabertura econômica chinesa e seus desbordamentos no mercado de commodities, a perspectiva mais otimista em relação ao cenário externo deverá contribuir para manter o apetite do investidor estrangeiro às oportunidades oferecidas pelo Brasil.
Cenário externo permanece benigno.
O déficit em conta corrente continua em patamar gerenciável, financiado principalmente pelos investimentos diretos no país, que permanecem em patamar elevado desde o ano passado. Da ótica externa, o risco permanece sendo político, em particular a condução da política fiscal, reforçando a importância do novo arcabouço que pode tornar o cenário externo ainda mais favorável.