Macroeconomia


Análise | Setor Externo | Ago 23

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André Valério

Publicado 25/set5 min de leitura

Transações correntes tiveram déficit de US$778 milhões em junho

Este valor representa uma melhoria em relação as expectativas de mercado, as quais indicavam um déficit US$1,75 bilhão. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit registrado somou US$ 45,3 bilhões, 2,21% do PIB. Este resultado se deve principalmente as reduções dos déficits nas contas de serviço (redução de 23,2%) e conta de transportes (redução de 48,5%).

Ingressos líquidos no Investimento Direto no País (IDP) atingem 4,3 bilhões

Os investimentos diretos no país (IDP) totalizaram ingressos líquidos de US$4,3 bilhões em agosto de 2023, marcando uma redução em relação aos US$10,0 bilhões registrados em agosto de 2022. No período, os ingressos líquidos se distribuíram em US$5,2 bilhões em participação no capital, contrabalançados por saídas líquidas de US$1,0 bilhão em operações intercompanhia. O montante acumulado em 12 meses para o IDP alcançou US$65,9 bilhões, equivalente a 3,21% do PIB, em agosto de 2023, em comparação com os US$71,7 bilhões, ou 3,53% do PIB, no mês anterior e US$64,9 bilhões, correspondentes a 3,55% do PIB, em agosto de 2022.

Podemos associar a queda do investimento direto no país como sendo resultado da mudança da visão do mercado e do Banco Central em relação a alta dos juros.

Com o início do ciclo de baixa de juros, devido o resultado positivo acerca do controle inflacionário e a visão voltada para retomada da atividade, percebe-se uma fuga de capitais para países estrangeiros devido a queda da remuneração de títulos públicos.

Commodities no mercado interno

Recentemente, assistimos a uma rápida mudança nas perspectivas, com os ativos dos países emergentes perdendo valor à medida que o petróleo aumentou em torno de 30% em relação ao seu ponto mais baixo do ano (cerca de US$70 para US$92). O petróleo mais caro está reacendendo as pressões inflacionárias e comprometendo as expectativas de redução das taxas de juros, ao mesmo tempo em que ameaça os equilíbrios fiscais das nações importadoras de energia.

Dessa forma, nossa perspectiva em relação ao mercado externo sugere cautela aos investidores à medida que a disparada dos preços do petróleo desestabiliza a tendência de desinflação nos mercados emergentes.


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