Volume de serviços tem queda de 0,2% em fevereiro
Resultado surpreendeu as expectativas, que apontavam para alta de 0,7%, que estavam baseadas no avanço do PMI de fevereiro para 54,7, em território expansionista, e volta da mobilidade, afetada pela onda de omicron em janeiro. No comparativo interanual, a variação foi de 7,4%, ante expectativa de 8,2%. O setor, apesar de mais afetado pela instabilidade da mobilidade, ainda mostra melhores perspectivas para 2022 e deve ser o principal motor de crescimento no ano, ainda assim, sofrendo o efeito dos juros contracionistas e do menor poder de compra do consumidor devido a alta da inflação.
No mês, os setores de informação e comunicação e outros serviços tiveram queda. O recuo de 1,2% em informação e comunicação partiu principalmente de telecomunicações, com -2,8%, enquanto serviços de TI tiveram estabilidade frente a janeiro. No comparativo interanual, o setor também apresentou o menor avanço, mas partiu de base mais forte, tendo em vista efeito positivo da pandemia para atividades de tecnologia.
Serviços às famílias mostraram alta de 0,1%, reforçados pela volta da mobilidade, gerando avanço principalmente em alojamento e alimentação. Mesmo assim, o resultado não foi capaz de compensar a queda de 1% em janeiro e, de forma geral, o setor ainda se encontra abaixo do patamar pre pandemia. Tursimo teve queda de 1% em fevereiro, mesmo representando alta de 17,4% na comparação interanual.
Transporte foi destaque em fevereiro, com +2%, quarta taxa positiva consecutiva. O índice foi puxado principalmente por transporte terrestre, com +2,4%, após +2,2% em janeiro. Em conjunto, armazenagem e serviços de transporte auxiliares mostraram avanço de 1,6%, com a melhora do transporte de passageiros (alta de 1,1% no mês) e de cargas (2,5%), causado pelo boom do comércio eletrônico, escoamento de produtos agrícolas e deslocamento de insumos e bens indústrias. Por outro lado, transporte aéreo recuou 9,1%, mesmo após ajuste sazonal.
Perspectivas para Serviços melhoram em março
Enquanto indústria, comércio e construção tiveram queda no índice de confiança da FGV, serviços avançou +3 pontos. A queda nos outros setores foi fruto principalmente dos índices de expectativas, deteriorados pelos gargalos de oferta e avanço dos preços das commodities. O setor de serviços, por outro lado, teve melhora das expectativas, assim como da situação atual, revertendo em parte as quedas anteriores, influenciado pela melhora da percepção de aumento no volume de serviços prestados.
Em concordância, o PMI de serviços avançou para 58,1 em março, maior patamar na série histórica e com maior avanço em 15 anos, indicando a retomada do crescimento em março com a continuidade do recuo da omicron no país. O resultado partiu da expansão quase recorde do índice de novos negócios, avanço no índice de emprego e, consequentemente, queda do atraso de pedidos. Como consequência negativa, também houve aumento de preços de insumos e custos de produção com maior taxa desde novembro de 2021.