Déficit primário tem alta em agosto
A tendência de deterioração do resultado fiscal continua e o déficit primário consolidado somou R$22,8 bilhões. Em 12 meses, o déficit acumulado já chega a 0,7% do PIB, contra um saldo positivo de 1,2% de 2022. Em agosto, o impacto do swap cambial também reverteu o desempenho mais moderado da despesa com juros e resultou em um déficit nominal de R$106,5 bilhões no mês. Confira nosso relatório!
O déficit do governo central acumulou R$101,0 bilhões até agosto, uma reversão significativa em relação ao superávit de R$54,9 bilhões no mesmo período em 2022. A deterioração vem tanto da queda da receita líquida, que acumula -5,5% em termos reais, como pela expansão das despesas de de 4,5%.
O dado positivo de agosto foi o superávit dos governos regionais que somou R$2,5 bilhões. Estados e munícipios reverteram uma sequência de resultados negativos com o aumento da arrecadação de ICMS sobre os combustíveis.
A dívida bruta subiu de 74,1% do PIB em junho de 2023, para 74,4% em julho. A dívida líquida também teve alta de 59,6%, para 59,9%, apesar do crescimento do PIB, o crescimento das despesas com juros teve impacto maior. Em 12 meses, a despesas com juros somam R$689 bilhões, o equivalente a 6,6% do PIB.
Perspectivas
Esperamos que o resultado primário continue deteriorando e o déficit consolidado deve chegar a R$120 bilhões no ano, ou 1,2% do PIB. A expansão dos gastos permanentes de chegar a cerca de 1 p.p. do PIB para 19,1%, algo inédito em primeiro ano de governo, e que deve perdurar em 2024. Apesar da meta de zerar o déficit em 2024, mantemos nossa estimativa de melhora marginal no resultado para 1% do PIB.