Taxa de desemprego recua para 8,1% no trimestre findo em novembro
Resultado indica redução de 0,2 p.p. na taxa de desemprego em relação ao trimestre findo em outubro, em linha com a expectativa do mercado. Essa é a menor leitura desde o trimestre encerrado em junho de 2015, no entanto, ao levar em consideração fatores sazonais, que tendem a favorecer os resultados nos últimos meses do ano, a taxa de desemprego permaneceu estável, indicando desaceleração do ritmo de crescimento do mercado de trabalho.
680 mil pessoas foram contratadas no último trimestre. Com resultado, contingente de ocupados atingiu o patamar de 99,7 milhões de pessoas, maior leitura para série histórica e 5,3% superior ao valor pré-pandemia. O nível de ocupação, que é definido pelo percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar subiu para 57,4%, patamar 1,5 p.p. superior ao valor pré-pandemia, porém, 1,1 p.p. abaixo do recorde da série histórica, atingido no último trimestre de 2013.
População ocupada informal recua pelo terceiro trimestre móvel consecutivo. No trimestre findo em novembro, houve queda de 499 mil pessoas no contingente de informais e aumento de 680 mil no contingente de formais. O aumento no estoque de empregados com carteira assinada foi mais que suficiente para compensar a deterioração no mercado informal, entretanto, já é possível observar desaceleração no ritmo de crescimento do setor formal. Essa quebra de tendência deverá se manifestar de forma mais clara nos próximos meses, tendo em vista a expectativa de estagnação na atividade econômica.
Aumento de ocupados no trimestre é consequência principalmente do comportamento de informação, comunicação, atividades financeiras e administrativas (+2,6%) e serviços públicos (+1,8%). O setor público tem se beneficiado significativamente da retomada de serviços presenciais que sofreram mais intensamente nos últimos dois anos, como o ensino presencial. Já a performance de informação e comunicação e serviços profissionais têm refletido o ambiente mais flexível para novas contratações. O mercado de trabalho referente a essa atividade é o que mais se desenvolveu desde o início da pandemia, estando 12% acima de patamar visto em fevereiro de 2020.
Entre os segmentos do setor privado, o ritmo de novas contratações no comércio, alojamento e alimentação, agricultura e construção desacelera. Cabe destacar que o contingente de ocupados de alojamento e alimentação recuou 2,4%, apesar de ainda estar 7,9% abaixo do patamar pré-pandemia. A desaceleração na construção, que é um setor composto por um contingente significativo de informais, reflete o cenário mais desafiador causado pelo patamar contracionista da taxa básica de juros.
Com arrefecimento da inflação no trimestre, o rendimento real habitual médio cresceu 3,0%. O rendimento nominal tem subido desde o início de 2022, no entanto, não o suficiente para acompanhar a inflação na maioria dos meses. Após a recente redução no ritmo de variação dos preços, os reajustes e o crescimento salarial finalmente estão sendo capazes de superar a inflação do último ano.
Recuperação do rendimento real médio habitual tem sido generalizada entre os diferentes tipos de ocupação. Desde o início do ano, a maior variação foi do setor informal, cujos rendimentos subiram 10,7%, enquanto os rendimentos do setor formal subiram apenas 4,9%. Tal fato reflete à redução dos reajustes dos salários dos servidores públicos em termos reais, que, no entanto, permanecem significativamente superior as suas contrapartes do setor privado.
Massa real de rendimento habitual cresce 7,1% no trimestre findo em novembro. A tendência de aumento desse indicador começou desde o início do ano, principalmente devido ao aumento do número de ocupados. Caso tal tendência desacelere nos próximos meses, o efeito acumulado das últimas variações na renda agregada ainda permanecerá significativo, contribuindo para sustentar a atividade econômica e a arrecadação tributária.