Destaques do PIB em 2023
- O PIB cresceu 2,9% em 2023, puxado pelo agro (+15,1%), principalmente soja e milho, e pela indústria extrativa (8,7%), com o aumento da produção de óleo e gás e mineração, e respectivas exportações.
- Pelo lado da demanda, o consumo das famílias teve crescimento robusto de 3,1%, impulsionado pela expansão fiscal, com o aumento dos gastos públicos em transferência de renda, e melhora no emprego e renda, que terminou o ano com taxa de desemprego de 7,4%.
- O destaque negativo no ano foi a queda do investimento de 3,3%, e representou 16,5% do PIB, a menor taxa de investimento desde 2020, em decorrência da política monetária restritiva e das incertezas no cenário macro, o que é um sinal de alerta para o crescimento futuro da economia.
- No 4o trimestre, o PIB ficou estável, pelo segundo trimestre consecutivo e deixa um baixo carrego estatístico de 0,2% para 2024.
PIB no 4o trimestre de 2023
O PIB ficou estável no 4o trimestre na comparação com o 3o trimestre de 2023 e 2,1% na comparação com o mesmo período no ano anterior. Com a estabilidade apresentada nos últimos 2 trimestres, o carrego estatístico para 2024 é de apenas 0,2%.
Desempenho setorial – 4T23
No 4o trimestre, a indústria extrativa foi o destaque de alta com 4,7% de crescimento, enquanto a agropecuária na outra ponta teve queda de 5,3%, devido principalmente a fatores climáticos.
Desempenho setorial - 2023
No ano o agro foi o destaque com 15,1% de alta, seguido pela indústria extrativa com 8,7% de crescimento. Por outro lado, a indústria da transformação e a construção tiveram os piores desempenhos, impactadas pela política monetária mais restritiva ao longo do ano.
Desempenho setorial do PIB
O PIB pela ótica da demanda
O investimento teve pequena recuperação de 0,9% no 4o trimestre, mas ainda assim representou uma queda de -4,4% em relação ao 4T23 e no ano acumulou queda de 3%. O elevado juro real e incertezas no cenário macro tiveram impacto na queda do investimento no ano.
Taxas de Investimento e Poupança
A taxa de investimento teve nova queda para 16,6% do PIB, a menor desde 2020. A retomada do crescimento do investimento é fundamental para o crescimento sustentável do PIB à frente
Perspectivas
- A desaceleração da economia deve continuar e estimamos crescimento do PIB de 2% em 2024. O novo impulso fiscal deve resultar em variação positiva no 1o trimestre do ano e a queda dos juros e a retomada do crédito deve manter o consumo com crescimento moderado no 2o semestre.
- A queda do investimento em 2023 é um ponto de atenção e sua retomada é fundamental para um crescimento mais sustentável da economia sem pressionar a inflação.
- Pelo lado da oferta, a indústria extrativa deve continuar crescendo e a retomada da construção também tende a ser positiva em 2024, como visto no último trimestre. Já a agropecuária deve apresentar variação negativa e sua magnitude ainda depende das condições climáticas nos próximos meses.