Destaques do PIB no 3o trimestre
- O PIB teve crescimento abaixo do esperado no 3o trimestre, 0,4% contra 0,6%, mas com revisões positivas anteriores. A taxa de crescimento da economia está em 3% nos últimos 12 meses
- Os setores de serviços mantiveram a forte expansão observada no começo do ano, mostrando um dinamismo maior ligado ao mercado de trabalho, o que reflete efeitos positivos de reformas e flexibilizações trabalhistas.
- O investimento foi novamente um dos destaques no trimestre, com crescimento 2,8%, puxado principalmente pela construção e demanda de infraestrutura e software. Os novos marcos regulatórios, concessões e privatizações vêm permitindo a retomada do investimento privado no Brasil.
- Do lado negativo, o agronegócio teve queda de 0,9% no trimestre. A indústria e o comércio também apresentaram desempenho mias fraco, sentindo o aperto monetário em curso e também demanda global mais fraca.
- Apesar do crescimento menor que o esperado, com as revisões anteriores, ajustamos nossa expectativa de PIB para 3,1% no ano para 2022.
Desempenho do PIB no 3o trimestre de 2022
O PIB cresceu 0,4% no 3o trimestre na comparação com o 2o trimestre de 2022 e 3,6% na comparação com o mesmo período no ano anterior. O IBGE também divulgou revisões positivas passadas com destaque para 2021, de 4,6% para 5%. O PIB acumula alta de 3% nos últimos 12 meses.
Desempenho setorial no 2o trimestre
No 3o trimestre, os setores de serviços tiveram o maior crescimento, liderado por TI, financeiro e serviços presenciais. A construção também teve desempenho acima da média, puxada pelo investimento. No lado negativo, o agronegócio e a indústria apresentaram as menores taxas, seguindo demanda global mais fraca e a taxa de juros em patamar restritivo.
O PIB pela ótica da demanda
A taxa de crescimento do investimento foi novamente maior que a do consumo, uma boa notícia para o PIB potencial. O investimento vem crescendo a uma taxa anual de 4,8% nos últimos 5 anos, impulsionado por novos marcos regulatórios e a atuação do setor privado.
Potencial de Crescimento do PIB
Com o melhor desempenho do PIB nos últimos trimestres, vemos a recuperação da tendência de 2016 e temos uma estimativa de hiato do produto próximo de 0. Com taxas de juros menores, o PIB potencial no Brasil poderia ser mais próximo de 2,5% e, para tanto, seria fundamental o controle do risco fiscal.
Taxas de Investimento e Poupança
A taxa de investimento subiu para 19,6% no 3o trimestre, patamar superior à média dos últimos 5 anos. Os novos marcos regulatórios, concessões e privatizações vem permitindo novo avanço do investimento privado no Brasil.
Perspectivas
- Apesar do crescimento menor que o esperado no 3o trimestre, com as revisões anteriores, ajustamos nossa expectativa de PIB de 3,0% para 3,1% no ano para 2022.
- O crescimento maior da atividade vem resultando também na melhora no mercado de trabalho, o que deve sustentar o patamar do consumo mesmo com a política monetária mais restritiva.
- O ciclo de investimento deve perder força, mas projetos atrelados às recentes concessões e privatizações tendem a continuar. Apesar dos juros altos, o crescimento do mercado de capitais vem permitindo amplo financiamento privado para a expansão da infraestrutura no Brasil.
- Para 2023, o cenário externo com condições financeiras mais contracionistas e expectativa de desaceleração da demanda global deve reduzir o ritmo de crescimento da economia brasileira, que deverá ser mais próxima de 1%, mas não descartamos risco de recessão no primeiro semestre.
- As incertezas para 2023 também incluem a elevação do risco fiscal com a Pec da Transição e o comando da economia ainda indefinidos.
- A retomada da consolidação fiscal é fundamental para que possamos ter juros menores e crescimento maior da economia.