Macroeconomia


Análise | PIB | 2T25

jeFtv1X8_400x400

Rafaela Vitória

Publicado 02/set2 min de leitura

PIB desacelera e cresce 0,4% no segundo trimestre

O PIB do 2º trimestre cresceu 0,4%, ligeiramente acima da expectativa do mercado de 0,3%, e 2,2% acima do mesmo período no ano anterior. Pelo lado da oferta, os destaques foram a alta na indústria de 0,6%, puxada pela produção de óleo e minério, 0,5% em serviços, com destaques para os setores financeiros e de TI. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias desacelerou, mas ainda teve um desempenho positivo de 0,5%, com o mercado de trabalho ainda robusto dando sustentação à demanda. Entre as surpresas de baixa, o consumo do governo recuou 0,6%, refletindo um primeiro semestre de menor crescimento dos gastos públicos. A formação bruta de capital fixo também teve queda, -2,2% no trimestre, primeiro recuo desde o 3º trimestre de 2023, resultado do impacto da alta nos juros. A taxa de poupança teve leve alta, alcançando 16,8% do PIB, mas ainda um baixo patamar projetar um crescimento mais sustentável dos investimentos.

Mantemos nossa estimativa para o PIB de 2025 em 2%. Esperamos a continuidade da desaceleração da demanda interna, tanto pelo lado do consumo como do investimento, em meio ao aperto monetário. O esfriamento da economia é importante para o processo de queda da inflação. Potencial novo impulso fiscal para reacelerar o PIB também coloca em risco a convergência da inflação para a meta. A melhora na taxa de poupança ainda é insuficiente para um bom equilíbrio do crescimento, mantendo a economia dependente do financiamento externo, com o elevado déficit nominal inibindo o investimento privado. A necessária melhora na taxa de investimento é limitada pelas contas externas, que tem apresentado deterioração nos últimos meses, com queda no investimento direto. Apesar da desaceleração no crescimento, o resultado ainda é robusto, indicando demanda interna resiliente. Esperamos que a política monetária mantenha o grau de aperto até se observar sinais mais claros de desaceleração com expectativa de início dos cortes na Selic somente em dezembro.

O crescimento do PIB desacelerou no 2º trimestre para 0,4%, ligeiramente acima do esperado. Na comparação anual o crescimento foi de 2,2%, em linha com a expectativa.

Pelo lado da oferta, os destaques no trimestre foram indústria extrativa, com altas de 5,4% e setores de serviços como financeiro, 2,1% e Informação e comunicação, 1,2%.

Pelo lado da demanda, o destaque foi alta de 0,5% no consumo das famílias, resultado do mercado de trabalho ainda aquecido, enquanto os gastos do governo recuaram 0,6%, refletindo crescimento menor do consumo do governo.

A taxa de investimento teve recuou para 16,8% do PIB no trimestre, enquanto a taxa de poupança aumentou para 16,8%, indicando equilíbrio.


Compartilhe essa notícia

Notícias Relacionadas

Receba nossas análises por e-mail