Destaques do PIB no 2° trimestre
- O PIB surpreendeu novamente e teve alta de 0,9% no trimestre, acima da expectativa de 0,3%. A taxa de crescimento da economia está em 3,2% no acumulado dos últimos 12 meses.
- A recuperação da indústria extrativa foi destaque com crescimento de 1,8% no trimestre, enquanto o agro teve queda de 0,9%, devido à forte base de comparação. Na comparação anual o agro cresceu 17% e a indústria extrativa 8,8%, com forte contribuição das exportações.
- O consumo das famílias também surpreendeu com aceleração do crescimento para 0,9%, impulsionado pela melhora no mercado de trabalho e pelas maiores transferências de renda do governo, como a alta do Bolsa Família e do salário mínimo, além das desonerações nos combustíveis e automóveis.
- Com o crescimento acima do esperado, revisamos nossa expectativa para uma alta de 2,8% no PIB de 2023.
PIB no 2o trimestre de 2023
O PIB cresceu 0,9% no 2o trimestre na comparação com o 1o trimestre de 2023 e 3,4% na comparação com o mesmo período no ano anterior. O carrego estatístico para o ano está próximo de 3%.
Desempenho setorial
No 2o trimestre, a indústria extrativa foi o destaque de crescimento com alta de 1,8%. Por outro lado, a agropecuária teve variação de -0,9%, devido à forte base do 1o trimestre, uma vez que na comparação anual o crescimento ainda foi robusto, em 17%.
Desempenho setorial do PIB
O PIB pela ótica da demanda
O consumo das famílias acelerou e cresceu 0,9% no trimestre, impulsionado por maiores transferências de renda do governo, como alta do Bolsa Família e do salário mínimo, além das desonerações nos combustíveis e automóveis. Já o investimento ficou estável e é um ponto de atenção para o potencial crescimento a frente.
Taxas de Investimento e Poupança
A taxa de investimento caiu para 17,2% no 2o trimestre, refletindo o arrefecimento dos setores ligados a commodities, bem como o impacto da elevada taxa de juros. A retomada do crescimento do investimento será um importante driver do PIB potencial.
Perspectivas
- Apesar do desempenho positivo, esperamos que o crescimento PIB desacelere no segundo semestre. Ainda assim, revisamos nossa projeção para um crescimento de 2,8% em 2023, considerando o atual patamar da economia já alcançado, mas mantemos a expectativa de 1,5% em 2024.
- O ciclo de investimento deve continuar perdendo força com juros ainda elevados.
- O consumo das famílias deve desacelerar, apesar da melhora no emprego e renda e queda da inflação, mas com o fim doimpulso fiscal dado no começo do ano.
- A queda da inflação e o início do ciclo dos cortes na Selic no segundo semestre podem resultar em uma recuperação do investimento, mas a elevação da carga tributária pode impactar a manutenção do patamar mais robusto de crescimento em 2024.