Macroeconomia


Análise | Mercado de trabalho | Fev22

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Mário Corrêa

Publicado 31/mar5 min de leitura

Taxa de desemprego permanece em 11,2% em fevereiro

Resultado foi melhor que nossa expectativa que apontavam para 11,5%. Habitualmente, a taxa de desemprego apresenta aumento nos três primeiros meses do ano, quando há demissões dos funcionários contratados temporariamente para suprir a demanda de varejo e serviços mais acentuadas no final do ano. No entanto, o mês de fevereiro apresentou estabilidade na taxa de desemprego na margem, ressaltando a recuperação mais robusta do mercado de trabalho com o crescimento do setor de serviços, principalmente com o retorno de algumas atividades presenciais, com destaque para a educação.

No comparativo com o trimestre terminado em novembro, a população desocupada recuou 3,1% para 12 milhões e a o contingente de pessoas ocupadas ficou estável em 95,2 milhões. No comparativo com o mesmo trimestre do ano passado, a população ocupada avançou 9,1% e a taxa de desemprego variou em -3,4 p.p.

Após avanço mais do setor de serviço no segundo semestre de 2021, emprego formal volta a apresentar melhor performance no início do ano. Com o retorno da mobilidade, serviços de alojamento e alimentação tiveram avanço além da média, gerando aumento da informalidade principalmente de julho a novembro do ano passado. No entanto, o avanço de transportes, comércio e outros serviços corroborou para queda da taxa da informalidade para 40,2%. O número de trabalhadores por conta própria apresentou queda de 1,9% em relação ao trimestre móvel terminado em novembro, mas ainda mostra avanço considerável desde o início da pandemia e alta de 8,6% na comparação com fevereiro de 2021.

O rendimento médio habitual permaneceu estável na comparação trimestral, mas ainda acumula variação negativa de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa real de rendimentos habituais ainda se encontra retraída em relação ao pré pandemia, fruto do crescimento da atividade aquém da tendência de longo prazo e da inflação não repassada para os salários.

Setores de construção e indústria são os primeiros a serem afetados pela alta de juros e mostram queda de 3,5% e 0,4% no número de pessoas ocupadas. O resultado foi compatível com os indicadores antecedentes que apontam para arrefecimento da demanda e redução do número de empregos. O índice de confiança da FGV para ambos os setores também teve queda em março, ressaltando que, além da alta de juros, restrições nas cadeias de oferta geradas pela guerra entre Ucrânia e Rússia devem restringir o avanço do trabalho gerar aumento do custo de insumos. No emprego e na atividade, para o curto e médio prazo, setor de serviços permanece com a melhor expectativa de crescimento.


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