Macroeconomia


Análise | Mercado de Trabalho | Abril 2025

gustavo

Gustavo Menezes

Publicado 29/mai2 min de leitura

Taxa de desocupação recua para 6,6%

A taxa caiu para além da expectativa, com recuo também na medida com o ajuste sazonal, de 6,5% em março para 6,3% em abril. No trimestre findo em abril, observamos bons resultados qualitativos em meio a um leve aumento na taxa de  participação da força de trabalho e redução da informalidade, indicando que a redução no desemprego foi advinda de avanços principalmente no setor formal. A população ocupada aumentou para 103,3 milhões e a população desocupada teve queda para 7,3 milhões de pessoas.

A redução na informalidade progrediu novamente em abril, com alguns indícios de absorção destes trabalhadores no contingente formal. O número de trabalhadores formais avançou de 63,6 milhões em março para 64,1 milhões em abril e a taxa de informalidade recuou de 38,0% para 37,9%. O avanço da população ocupada foi mais proeminente nos segmentos de conta própria e setor público, mas o avanço dos CLTs também foi positivo em 0,24% enquanto o contingente dos informais recuou 0,04%. Os segmentos de comércio e serviços foram destaque no mês com altas respectivas de 0,97% e 0,53%, enquanto a construção e a indústria mantém ritmo de leve desaceleração com avanços mensais respectivos de 0,12% e 0,28%, todos os dados ajustados sazonalmente.

Massa salarial real mantém alta robusta de 5,9% na comparação anual e o rendimento médio bate novo recorde. O rendimento médio real, que chegou a R$3.426 em abril,  tem mantido ganhos robustos, com o efetivo e habitual crescendo anualmente em 3,4% e 3,2% respectivamente. A melhora reflete o cenário de mercado de trabalho aquecido e também a melhora qualitativa com o avanço mais acelerado do emprego formal. No entanto, a tendência é de gradual desaceleração em relação ao ritmo de 2024, em parte, devido ao efeito da maior inflação recente.

Caged indica adição de 257 mil vagas

A geração de emprego formal em abril foi de 257 mil vagas, acima do esperado que era de 170 mil, e também acima do saldo de 240 mil observado no mesmo mês do ano anterior.

Os ganhos do mês foram focados no setor de serviços e de comércio, com 136 e 48 mil vagas respectivamente, mas foram também difusos para os demais setores, representando um resultado robusto em termos gerais. No entanto, o resultado ocorre após duas leituras voláteis que foram registradas em meio ao Carnaval em março, e pode ainda não refletir a tendência da atividade no mercado de trabalho.

O cenário de forte desempenho do mercado de trabalho, com a desocupação próxima das mínimas históricas e atividade indicando um crescimento robusto do PIB no 1T25, a geração de vagas no primeiro mês do segundo trimestre mantém a visão de desaceleração gradual da economia, com considerável defasagem dos efeitos restritivos da política monetária. Mantemos nossa expectativa de fim de ciclo do aperto monetário e manutenção da taxa Selic em 14,75% a partir da reunião de junho.  Mas sem sinais mais claros de desaceleração do emprego, a taxa Selic deve ser mantida no atual patamar mais restritivo por um período prolongado.


Compartilhe essa notícia

Notícias Relacionadas

Receba nossas análises por e-mail