Macroeconomia


Análise | IPCA | Set22

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Rafaela Vitória

Publicado 11/out3 min de leitura

O IPCA de setembro ficou em linha com nossa expectativa que era de -0,3%

A deflação no mês foi novamente puxada pela queda dos preços dos combustíveis, mas contou com a contribuição de reajustes negativos nos preços dos alimentos, devido à queda das commodities agrícolas, e nas tarifas de comunicação, reflexo da redução do ICMS. No acumulado de 12 meses o IPCA teve desaceleração para 7,17% em setembro e no ano, acumula alta de 4,09%. A difusão também apresentou melhora no mês, caindo para 62%, a menor taxa em dois anos.

Para o restante de 2022, esperamos que o IPCA retorne ao território positivo a partir de outubro, e a inflação deve encerrar em 5,5% no ano, desacelerando para 4,7% em 2023.

Média dos núcleos tem queda em setembro

As medidas de núcleos tiveram variação média de 0,42% em setembro, indicando desaceleração na margem, uma boa notícia para a autoridade monetária.

A queda dos núcleos de inflação confirma a tendência de desaceleração do IPCA. Além do impacto da normalização das cadeias produtivas nos preços de bens, o efeito restritivo da política monetária no crédito e consequentemente na demanda também explica o arrefecimento da inflação nos últimos meses.

A inflação de serviços apresentou comportamento benigno, em 0,4% em setembro

Apesar da aceleração em relação a agosto, que havia sido 0,28%, a alta pode ser explicada pelos reajustes mais voláteis das passagens aéreas. No acumulado de 12 meses, a inflação de serviços teve leve desaceleração de 8,7% para 8,5% e deve seguir em trajetória de queda com a normalização da demanda após o processo de reabertura do setor no primeiro semestre do ano.

Itens administrados tiveram nova queda de 1,2% em setembro, com a redução dos preços dos combustíveis e tarifas de comunicação. Para outubro, é esperado uma normalização e até mesmo um reajuste positivo na gasolina de até 10% devido à recente alta do petróleo.

Expectativa para os próximos passos do Copom

A inflação em queda confirma a decisão acertada do Copom em encerrar o ciclo de alta da Selic na última reunião em setembro. A taxa deve permanecer em patamar restritivo pelos próximos meses, considerando a incerteza sobre o resultado das eleições e potenciais políticas fiscais que possam impactar a demanda em 2023. Caso o arcabouço seja mantido e os gastos permaneçam controlados em relação ao PIB, a tendência de queda da inflação deve ser mantida e a redução da taxa Selic pode começar a ser discutida no primeiro trimestre de 2023, com a primeira queda entre março e maio do próximo ano.


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