Macroeconomia


Análise | Emprego nos EUA | Ago22

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Vitor Martins Carvalho

Publicado 02/set8 min de leitura

Número de novas vagas criadas veio em linha com a expectativa, mas com boas notícias para o Fed

O relatório sobre o mercado de trabalho trouxe o número em linha com o mercado de vagas criadas, em 315 mil. Apesar de desacelerar em relação ao mês anterior, quando foram criados 526 mil empregos, valor ainda é elevado ao considerar a média da última década de criação de 150 mil vagas/mês. Ainda há um déficit de 4,5 milhões de empregos frente à tendência anterior.

Taxa de participação na força de trabalho foi a boa notícia do relatório, com aumento de 0,3 p.p

O aumento da oferta de trabalho é um sinal positivo para a atividade em geral e representa um sinal de alívio para a inflação, na medida em que contribui para reduzir a pressão altista nos salários.

Entretanto, ainda há cerca de 2,5 milhões de pessoas a menos na força de trabalho em relação ao período pré-pandemia. Dessa forma, apesar de certo alívio em agosto, o mercado de trabalho ainda aparenta estar apertado, e a opinião do mercado de que a autoridade monetária americana (FED) manterá um tom mais hawkish na próxima reunião e elevará o intervalo da taxa de juros em 75 bps permanece majoritária.

Com o aumento da força de trabalho, a taxa de desemprego sobe para 3,7%. Leitura veio acima da expectativa do mercado de manutenção do desemprego em 3,5%. A elevação na força do trabalho contribuiu em 1,3 p.p. para esse resultado, enquanto o aumento do desemprego em si contribuiu com 0,7 p.p. Além disso, taxa permaneceu em patamar bastante positivo para a atividade ao considerar que se encontra bem abaixo da média histórica de 5,5%.

Crescimento de serviços continua sendo o principal responsável pelo aumento na quantidade de ocupados

No agregado, o setor criou 270 mil vagas. Na análise por atividade, o destaque desse mês foi serviços profissionais e empresariais (+68 mil) e serviços relacionados à saúde e à educação (+68 mil). Por outro lado, quantidade de vagas criadas por lazer e hospitalidade apresentou normalização, caindo de 96 mil em julho para 31 mil em agosto.

Setor industrial foi responsável por empregar 45 mil pessoas em agosto. Dentro desse setor, o crescimento na indústria da transformação permanece robusto (+22 mil), e é justificado principalmente por produtores de bens duráveis (+19 mil), atividade cujas vendas subiram 18% nos últimos dois anos. Por fim, contratações de varejo acelerou de 22 mil em julho para 44 mil em agosto, e ultrapassa patamar pré-pandemia.

Salários sobem 0,3% em agosto

Leitura indica desaceleração frente ao mês anterior, quando salários cresceram 0,5%. No ano, os salários cresceram 5,2%, enquanto o núcleo da inflação ao produtor subiu 5,9% até julho. Essa redução do poder de compra dos americanos tende a enfraquecer a demanda no curto e médio prazo, o que deverá contribuir para arrefecer a elevada inflação que temos visto nos últimos meses.


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