Macroeconomia


Análise | Emprego | Junho 2025

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Gustavo Menezes

Publicado 31/jul2 min de leitura

Taxa de desocupação recua para 5,8%

A taxa caiu para além da expectativa, com recuo também na medida com o ajuste sazonal. O resultado deste mês é um recorde em vários aspectos, com mínimas na série histórica para a taxa de desocupação, desocupação composta e subutilização que atingiram 5,8%, 10,4% e 14,2% respectivamente, com ajuste sazonal. A taxa de ocupação também atingiu máxima histórica de 58,9% com ajuste, e a informalidade mantém-se em 37,8% que é uma mínima histórica se desconsiderarmos as distorções da pandemia. Por outro lado, a taxa de participação na força de trabalho ainda se situa aquém das máximas, em 62,4%, indicando que fatores estruturais podem estar impedindo absorção adicional na força de trabalho apesar da boa conjuntura atual.

No qualitativo, nota-se boa geração de emprego em grande parte das medidas, com os ganhos deste mês sendo concentrados no segmento formal da economia enquanto a população informal manteve-se estabilizada. Por outro lado, ressalta-se o arrefecimento continuado na construção, cuja variação anual já é negativa, mas que tem sido compensada pela maior geração de empregos pela indústria e serviços, com destaque para o setor de informação e da administração pública.

As medidas de renda continuam sua tendência de crescimento firme, com a massa de rendimento efetivo real atingindo R$353,17bi enquanto o rendimento real médio cresce 3,27% e 2,91% em doze meses para a série habitual e efetiva, respectivamente, sem sinais claros de aceleração.

Os dados da PNAD deste mês indicam um mercado de trabalho mais resiliente do que o esperado por mais que este seja um indicador defasado no ciclo econômico, e o perfil da geração de empregos indica que a política monetária já faz efeito em alguns setores, embora de maneira mais demorada do que o esperado, enquanto os setores que se destacam na geração de emprego são notadamente insensíveis à taxa de juros.

Ainda assim, esperamos que o aperto monetário empreendido pelo Banco Central nos últimos trimestres desacelere o emprego no segundo semestre, e esperamos que a taxa de desocupação encerre o ano a 6,5% em 2025 e 7,0% em 2026.


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