Macroeconomia


Análise | Concessão de Crédito | Setembro 24

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André Valério

Publicado 30/out2 min de leitura

Concessões recuam em setembro

O saldo de crédito ampliado ao setor não financeiro recuou 0,5% em setembro frente a agosto, mas avançando 5,3% quando comparado a setembro de 2023. As concessões de crédito recuaram 0,9% em setembro frente a agosto com dado ajustado sazonalmente, somando R$636,4 bilhões, acumulando alta de 8,4% acima da inflação nos últimos 12 meses, mantendo tendência de aceleração nessa métrica pelo oitavo mês consecutivo. No mês, o resultado das concessões refletiu o avanço de 0,9% entre as PFs e o recuo de 1,7% entre as PJs, ambas ajustadas sazonalmente.

As concessões de crédito livre recuaram 2,1% no mês na série com ajuste sazonal, refletindo queda de 0,1% na concessão entre as PFs e de 0,4% entre as PJs. A concessão de crédito livre entre as PFs se mantém robusta, alcançando alta de 13,4% nos últimos 12 meses, oitvao mês consecutivo de aceleração nessa métrica. Entre as PFs destacamos o recuo mensal de 6,1% no crédito consignado, sem ajuste sazonal, marcando a primeira desaceleração no acumulado em 12 meses, que recuou de 9,1% para 8,7%, considerando os valores deflacionados. O crédito pessoal não consignado recuou 1,2% no mês, sem ajuste sazonal. Ainda assim, manteve aceleração no acumulado em 12 meses, acumulando alta de 19,1% já descontado o efeito da inflação. Além disso, destacamos cartão de crédito e aquisição de veículos, que mantiveram tendência de aceleração nos últimos 12 meses, com aquisição de veículos acumulando alta de 30,7% acima da inflação. Entre as PJs os destaques são as linhas de desconto de duplicatas, conta garantida e capital de giro, todas acelerando no acumulado dos últimos 12 meses, o que sugere maior necessidade de financiamento de curto prazo das firmas. Apesar de recuo no acumulado em 12 meses, antecipação de faturas de cartão mantém crescimento robusto nos últimos 12 meses, acumulando alta de 53%, já descontado o efeito da inflação.

As concessões de crédito direcionado avançaram 2,1% em setembro, na série com ajuste sazonal, segunda alta consecutiva nessa métrica, refletindo o avanço de 5% no crédito direcionado entre as PFs, e de 2,1% entre as PJs, ambas na série com ajuste sazonal. Entre as PFs o destaque continua sendo o financiamento imobiliário, que apesar de recuo de 4,4% no mês na série sem ajuste sazonal, acumula alta de 16,9% acima da inflação nos últimos 12 meses, sexto mês consecutivo de alta nessa métrica. Entre as PJs, apesar do avanço no mês, observamos uma desaceleração entre todas as principais modalidades no acumulado dos últimos 12 meses, com destaque negativo para o crédito rural, que acumula queda de 5,7%, já descontado o efeito da inflação, refletindo as dificuldades que o setor tem enfrentado nos últimos meses.

Inadimplência ficou estável em setembro pelo quarto mês consecutivo, mantendo-se em 3,2%. Houve aumento marginal na inadimplência de crédito livre, de 4,4% para 4,5%, enquanto observou-se estabilidade na inadimplência de crédito direcionado, em 1,5%. Tanto as PFs quanto as PJs apresentaram estabilidade na inadimplência. Entre as PFs, destacamos a alta de 1,5 p.p na inadimplência de cheque especial, alcançando 13,3%.

Taxas de juros aumentaram na margem por 0,1 p.p. em setembro, quebrando a tendência de recuo desde abril, refletindo avanço de 0,5 p.p entre as PFs e redução de 0,3 p.p entre as PJs. Entre as PFs, destacamos o aumento de 4,2 p.p nas taxas de cheque especial e de 2,0 p.p nas taxas de cartão de crédito rotativo. Por outro lado, a taxa do crédito pessoal não consignado reduziu 1,1 p.p., em continuidade ao destaque de queda em agosto.


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