As concessões de crédito aumentaram 1,4% em outubro frente a setembro com dado ajustado sazonalmente, somando R$611,1 bilhões, acumulando alta de 9,6% acima da inflação nos últimos 12 meses, mantendo tendência de aceleração nessa métrica pelo nono mês consecutivo. No mês, o resultado das concessões refletiu o avanço de 3,3% entre as PJs, enquanto entre as PFs houve recuo de 0,7%, ambas já ajustadas sazonalmente.

As concessões de crédito livre recuaram 0,2% no mês na série com ajuste sazonal, refletindo avanço de 0,7% entre as PJs e de 0,2% entre as PFs. A concessão de crédito livre entre as PFs se mantém robusta, alcançando alta de 13,7% nos últimos 12 meses, nono mês consecutivo de aceleração nessa métrica. Considerando o acumulado em 12 meses, houve aceleração em todas as principais linhas de crédito livre entre as PFs, com destaque para o consignado, que acelerou de 8,7% para 12,5% nessa métrica, e a manutenção do crédito para aquisição de veículos em patamar elevado, que alcança crescimento de 31,7% nos últimos 12 meses, acima da inflação. Entre as PJs os destaques são as linhas de desconto de duplicatas, conta garantida e capital de giro, todas acelerando no acumulado dos últimos 12 meses, o que sugere maior necessidade de financiamento de curto prazo das firmas. Apesar de recuo no acumulado em 12 meses, antecipação de faturas de cartão mantém crescimento robusto nos últimos 12 meses, acumulando alta de 50%, já descontado o efeito da inflação.

As concessões de crédito direcionado avançaram 7% em outubro, na série com ajuste sazonal, terceira alta consecutiva nessa métrica. O resultado no mês foi inteiramente devido à forte concessão de crédito direcionado às PJs, que avançou 28,6% no mês, com ajuste sazonal. Por sua vez, esse resultado foi amplamente influenciado pelos créditos via BNDES e Pronampe, cujas concessões representaram quase 80% da concessão total de crédito direcionado para as PJs. Cabe ressaltar que em outubro o Pronampe foi amplamente utilizado para financiar micro e pequenas empresas afetadas pelo apagão de São Paulo, após o temporal de 11 de outubro. Entre as PFs houve recuou de 1,9% no mês, com ajuste sazonal, refletindo recuos no crédito rural e imobiliário. Ainda assim, o financiamento imobiliário mantém tendência de aceleração no acumulado em 12 meses, com alta de 18% acima da inflação.

Inadimplência ficou estável pelo quinto mês consecutivo, mantendo-se em 3,2%. Houve recuo marginal na inadimplência de crédito livre, de 4,5% para 4,4%, e aumento marginal na inadimplência de crédito direcionado, de 1,5% para 1,6%. Tanto as PFs quanto as PJs apresentaram recuo marginal na inadimplência, de 0,1 ponto percentual. Entre as PFs, destacamos o recuo de 1,5 p.p na inadimplência de cheque especial, alcançando 11,7%, devolvendo a alta observada no mês anterior, enquanto a inadimplência do cartão de crédito recuou de 7,6% para 7,4%.

Taxas de juros aumentaram 0,5 p.p. no mês, alcançando maior patamar desde março desse ano. No mês tivemos avanço de 0,3 p.p no crédito livre e 0,5 p.p no crédito direcionado, e de 1,3 p.p entre as PJs. Entre as PFs, destacamos o aumento de 3 p.p no crédito pessoal não consignado.