Saldo de crédito melhora, mas concessões mantém tendência de desaceleração
O saldo de crédito ampliado ao setor não financeiro aumentou em 1,4% em novembro, frente a outubro, entretanto, perdeu força no acumulado dos últimos 12 meses, desacelerando de 9,2% em outubro para 9% em novembro. Entre as pessoas jurídicas o saldo avançou 0,8% no mês e 6,4% no acumulado dos últimos 12 meses, também desacelerando frente a outubro. Entre as pessoas físicas, o saldo avançou 0,9% no mês e 13,8% no acumulado dos últimos 12 meses, menor que os 14,6% observados em outubro.
Concessões de crédito somam R$547,9 bilhões em novembro, mas seguem a tendencia de desaceleração, apesar do início do ciclo de afrouxamento monetário já começar a impactar as taxas. No dado dessazonalizado, a variação mensal foi positiva em 0,9%. Na variação acumulada dos últimos 12 meses houve nova desaceleração, a 20a seguida, saindo de 4,6% em outubro para 4,3% em novembro. Entre as pessoas jurídicas, as concessões variaram 1,8% no mês e no acumulado dos últimos 12 meses apresentou nova desaceleração, de 0,5% em outubro para 0,2% em novembro. Já entre as pessoas físicas, as concessões avançaram 1,2% no mês no dado com ajuste sazonal. Entretanto, no acumulado dos últimos 12 meses observou-se nova desaceleração, saindo de 8,1% em outubro para 7,8% em novembro, mantendo tendência observada nos últimos 20 meses.
Dentre as concessões, o destaque positivo foi o cartão de crédito, que avançou 6,5% no mês, e acumula alta de 12,8% nos últimos 12 meses, mas também em tendência de desaceleração. Por outro lado, crédito pessoal recuou 2,1% no mês, refletindo recuo de 5,3% no crédito consignado. Entre as pessoas jurídicas, destacamos a queda de 29% no crédito rural. Apesar disso, houve aceleração no acumulado dos últimos 12 meses, saindo de 14% para 18%.
Financiamento imobiliário continua sofrendo em meio ao ambiente de altas taxas de juros e funding restrito com os resgates da poupança. No mês houve forte queda, de 7,3%, intensificando o recuo observado em outubro. No acumulado dos últimos 12 meses a situação continua bastante delicada, com 13 meses consecutivos de variação negativa. Em outubro o recuo havia sido de 18,5%, enquanto em novembro foi de 21%. Uma esperança para o setor pode ser a combinação da intensificação no ciclo de queda da taxa de juros ao longo de 2024, no entanto, com a queda expressiva do saldo de poupança, a limitação pelo lado do funding deve continuar pressionando os novos financiamentos do segmento.
Inadimplência recua para 3,4%. A queda no mês reflete a queda na inadimplência entre as pessoas físicas, que saiu de 3,9% para 3,8%, registrando o sexto mês consecutivo de recuo. Por outro lado, a inadimplência entre as pessoas jurídicas continua a avançar, alcançando 2,86% em novembro, 11o mês consecutivo de aumento nessa métrica. Destacamos a continuidade da queda na inadimplência de cartão de crédito entre as PFs, que recuou 165 pontos base no mês, alcançando 7,5% em novembro, menor valor desde agosto de 2022. O custo de crédito ficou estável, de acordo com o ICC, enquanto os spreads e os juros recuaram 0,2 p.p e 0,5 p.p, respectivamente.
Taxas de juros tem nova queda em novembro. As taxas de juros médias também começam a refletir a queda da taxa básica, iniciada em agosto pelo Copom, e que havia acumulado 150 bps até novembro. A taxa média para a PJ, que chegou no pico em março em 23,8%, cedeu para 22,2% em novembro. Para a PF, a redução foi um pouco mais acentuada, de 55,9% para 54,9%.