Macroeconomia


Análise | Concessão de Crédito | Março 2025

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André Valério

Publicado 30/abr2 min de leitura

Concessões recuam em março

Os dados de crédito de março sugerem continuidade da tendência de desaceleração observada nos últimos meses, com forte recuo nas concessões para as empresas. As concessões de crédito recuaram 0,8% em relação a fevereiro, totalizando R$634,5 bilhões, com uma alta acumulada de 10,14% acima da inflação nos últimos 12 meses, evidenciando uma desaceleração desde dezembro. As concessões de crédito direcionado caíram 12,2%, enquanto o crédito livre para pessoas físicas teve um aumento de 2,2%. O avanço nas concessões de crédito livre foi impulsionado por crescimento em financiamentos pessoais, cartões de crédito e cheque especial, enquanto o crédito rural e de automóveis apresentou desaceleração. Entre as pessoas jurídicas, houve uma desaceleração generalizada, com exceção do desconto de duplicatas, que cresceu 22,5%. A inadimplência manteve-se estável em 3,2%, com a taxa de juros aumentando 0,9 p.p. no mês, refletindo o aperto da política monetária, com elevações de 0,5 p.p. para crédito livre e 1,7 p.p. para crédito direcionado.

As concessões de crédito recuaram 0,8% em março frente a fevereiro com dado ajustado sazonalmente, e somaram R$634,5 bilhões, acumulando alta de 10,14% acima da inflação nos últimos 12 meses, continuando a desaceleração nessa métrica iniciada em dezembro. No mês, o resultado das concessões refletiu o recuo de 12,2% nas concessões de crédito direcionado e de 3,7% entre as PJs, enquanto as concessões de crédito livre e entre as pessoas físicas avançaram 0,2% e 2,2%, respectivamente, todos esses valores já ajustados sazonalmente.

O avanço de 0,2% nas concessões de crédito livre refletem o avanço de 2,5% entre as PFs e o recuo de 2,4% entre as PJs, na série com ajuste sazonal. Nos últimos 12 meses, as concessões de crédito livre entre as PFs acumulam alta de 9,14% acima da inflação, enquanto as PJs acumulam alta de 13,4%. Entre as PFs destacamos o avanço de pessoal não consignado, do cartão de crédito e do cheque especial no acumulado em 12 meses, que alcançaram alta de 25,8%, 6,9% e 5,2%, já descontando o efeito da inflação. Por outro lado, nota-se a desaceleração nessa mesma métrica nas linhas de automóveis e consignado total. Entre as PJs vemos desaceleração generalizada, com destaque para antecipação de faturas de cartão e capital de giro, que acumulam alta de 22,4% e 11,8% acima da inflação nos últimos 12 meses. A única linha que apresenta crescimento nessa métrica é a de desconto de duplicatas, que acelerou para 22,5%.

As concessões de crédito direcionado recuaram 12,2% em março, na série com ajuste sazonal, alcançando R$64,5 bilhões, com recuos de 32,6% e de 2,7% entre as PJs e PFs, respectivamente, já com ajuste sazonal. O recuo da PJ se deve à normalização da concessão, devido à sazonalidade observada em fevereiro, com uma concessão muito acima da média, principalmente na linha rural. Entre as PFs, notamos estabilidade na concessão de imobiliário acumulando alta de 17,6%, enquanto o crédito rural continua deteriorando e já recua 17% nos últimos 12 meses.

Inadimplência manteve estabilidade dos últimos três meses, em 3,2%. Nota-se estabilidade na inadimplência do crédito livre, em 4,4%, enquanto a do crédito direcionado aumentou na margem, apenas 0,1 ponto percentual. Entre as PFs e as PJs também se vê estabilidade, com a inadimplência em 3,8% e 2,2%, respectivamente. Entre as PFs, destacamos a alta de 1,2 p.p na inadimplência do rotativo, enquanto a do cheque especial recuou 0,4 p.p.

Taxas de juros aumentaram 0,9 p.p. no mês, refletindo o aperto da política monetária. No mês, vimos avanço de 0,5 p.p na taxa do crédito livre e de 1,7 p.p no crédito direcionado, com a taxa das PFs avançando 0,5 p.p., enquanto a das PJs avançou 1,9 p.p.


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