Dólar fecha em R$5,43 com geopolítica, Magnitsky e Jackson Hole
O dólar encerrou a última sexta-feira cotado a R$5,43, alta de 0,46% na semana contrastando com queda de 2,09% no mês, em conjunto com queda de 11,79% no ano.


O câmbio começou a semana em alta, primeiro por conta de fatores externos conforme maior aversão de risco propiciada pelo estresse geopolítico entre a Ucrânia e a Rússia na segunda-feira, quadro que se acentuou no dia seguinte após a decisão do STF acerca da legalidade do cumprimento da Lei Magnitsky por parte de bancos domésticos e que motivou percepções de maior insegurança jurídica. A reação, porém, aparentou ter sido exagerada conforme opiniões de participantes do mercado, e motivou um ajuste de queda na cotação do dólar no início da sessão de quarta.
Por fim, uma parcela substancial da alta no dólar foi revertida na sexta-feira após os mercados precificarem uma fala de tom mais ameno por parte do presidente do Fed em meio ao encontro anual de Jackson Hole, além de ameaças de interferência política no banco central americano em meio à pressão do Executivo para demitir um dos membros do FOMC, que contribui tanto para apostas em direção à cortes mais agressivos na taxa de juros dos EUA bem como na redução da credibilidade do Fed na margem.
No nosso entendimento, embora a fala de Powell tenha sido percebida como amena, dado o redirecionamento da função de reação do Fed para o mercado de trabalho, que se situa atualmente enfraquecido, é possível que as próximas leituras do mercado de trabalho sofram um efeito rebote após os reflexos do choque de incerteza provocado pelas tarifas, gerando uma reprecificação assimétrica nos juros e no câmbio caso ocorra.
