Macroeconomia


Análise | Câmbio | 11.Ago.2025

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Gustavo Menezes

Publicado 11/ago2 min de leitura

Dólar fecha em R$5,43 com ata do Copom e novos rumos para o Fed

O dólar encerrou a última sexta-feira cotado a R$5,43, baixa de 1,94% tanto na semana quanto no mês, em conjunto com queda de 11,65% no ano.

A queda foi a mais intensa desde a primeira semana de junho e ocorreu principalmente por conta de fatores externos que enfraqueceram a posição global do dólar enquanto o cenário doméstico também foi favorável para a apreciação da moeda brasileira.

No início da semana vimos  a divulgação de mais dados que apontam para gradativa desaceleração da economia americana, incrementando as apostas em direção a um ciclo de cortes mais agressivo por parte do Fed, sentimento que foi ainda mais impulsionado no restante da semana após a indicação de Stephen Miran para ocupar uma das cadeiras vazias no comitê de política monetária em conjunto com indícios de que Christopher Waller poderá ser o próximo presidente do Fed. As posições de Miran e Waller são conhecidas por terem um cunho mais dovish: o primeiro destes já é um conselheiro da atual administração que favorece o enfraquecimento deliberado do dólar em favor de um rearranjo da ordem econômica global, enquanto Waller foi um dos votos “rachados” na última decisão do Fed em favor de um corte de juros, sendo este apenas um dos momentos em que o membro do FOMC favoreceu uma trajetória de política monetária menos agressiva ao longo dos últimos anos, mesmo durante o surto inflacionário de 2021-22.

No Brasil, por outro lado, houve digestão da ata do Copom que indicou interrupção, e não pausa, no ciclo de alta da Selic. Apesar de um aperto adicional na política monetária ser improvável em meio a dados que já apontam desaceleração contínua da economia brasileira, o tom de “portas abertas” do comunicado tem a intenção de evitar um fechamento prematuro da curva de juros, que por sua vez fortaleceu o real frente ao dólar.


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