Dólar fecha em R$5,41 com atividade fraca nos EUA e maior risco em emergentes
O dólar encerrou a última sexta-feira cotado a R$5,41, com baixa de 0,31% na semana e de 0,49% no mês, além de queda de 12,01% no ano.

A semana começou com o feriado do Dia do Trabalho nos EUA, que reduziu a liquidez do mercado e propiciou poucos movimentos na cotação do câmbio ao longo da segunda-feira.
Com o mercado externo operando novamente na terça, um ajuste de aversão à risco dos emergentes fez com que o dólar abrisse em alta moderada, mas que foi amortecida após a divulgação de dados fracos de atividade industrial americana. Ao longo do restante da semana, o dólar continuou em queda com a divulgação dos dados de emprego (JOLTS e payroll) na quarta e sexta-feira que reforçaram a imagem de perda de dinamismo na maior economia do mundo, chegando a registrar destruição líquida de empregos pela primeira vez desde dezembro de 2020 e correndo risco de entrar em recessão após os impactos do tarifaço e suas incertezas na atividade econômica.

Esse conjunto de informações não só reforça o corte de juros de setembro telegrafado pelo Fed, como também incentiva mais decisões dovish ao longo deste ano em meio a um banco central que afirma estar mais preocupado com a suavização do mercado de trabalho do que com a estabilidade de preços, embora a inflação também não esteja em um patamar confortável para a meta de 2% do Fed.
Por outro lado, é possível que parte dos efeitos do choque de incerteza se dissipem ainda neste ano, gerando alguma recuperação no ritmo da demanda americana. Caso isso se materialize, é provável que o repasse das tarifas se intensifique, visto que as empresas continuam absorvendo o impacto tarifário por conta de consumidores mais receosos conforme o Beige Book. Este cenário conjunto, de retomada breve do emprego e de alta na inflação, é um potencial gatilho importante de reprecificação nas decisões do Fed que motivaria uma alta no dólar, e deve ser observado conforme a divulgação dos dados macro ao longo dos próximos meses.
