Macroeconomia


Análise | Câmbio | 04.Ago.2025

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Gustavo Menezes

Publicado 04/ago2 min de leitura

Dólar fecha em R$5,54 com Super-Quarta, tarifaço e payroll

O dólar encerrou a última sexta-feira cotado a R$5,54, baixa de 0,4% na semana, acumulando alta de 2,56% no mês de julho, mas com queda de 9,9% no ano.

A cotação do câmbio foi predominantemente influenciada por fatores externos, com a semana iniciando favoravelmente à divisa brasileira após notícias de que os EUA poderiam amenizar a alíquota das tarifas nas exportações brasileiras, o que de fato ocorreu na quarta-feira com a isenção de cerca de 700 pautas que correspondem a pouco mais de 40% das exportações brasileiras aos EUA, trazendo a alíquota efetiva de 50p.p. para algo mais próximo de 31p.p. e ajudando o câmbio brasileiro frente à apreciação global do dólar no mesmo dia, que ocorreu em seguimento ao “racha” da reunião do FOMC, que sinalizou um tom hawkish para a trajetória de juros apesar da manutenção da taxa em meio a duas discordâncias por parte do comitê, situação última vez vista somente em 1993.

Finalmente, os dados de payroll americano foram significativamente fracos: apesar do headline modestamente mais fraco, a surpresa ocorreu na revisão negativa dos dois meses anteriores, com geração de 258 mil vagas abaixo do estimado anteriormente que recalibrou as percepções para uma economia mais fraca e que reflete o impacto do tarifaço iniciado a partir de abril. A incerteza também foi impulsionada com a demissão da diretora do Bureau of Labor Statistics, responsável pela divulgação do dado fraco, indicando sinais de fraqueza institucional que tendem a tornar os investidores mais contenciosos acerca de porto seguro do dólar, o que pode implicar em pressões de venda para a moeda americana.


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