Macroeconomia


Análise | Balança Comercial | Nov22

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Rafaela Vitória

Publicado 12/dez5 min de leitura

Balança comercial acumula superávit de US$58 bilhões até novembro

No mês, o superávit foi de US$ 6,68 bilhões. O resultado ficou acima das expectativas de US$5,4 bilhões. O saldo comercial foi positivo em 6,7 bilhões, revertendo o déficit registrado no mesmo período do ano anterior. Novamente a corrente de comércio apresentou resultado recorde, com crescimento de 12%.

Exportações somaram US$28,1 bilhões, com destaque para crescimento de volume

O resultado ficou pouco abaixo das expectativas de US$28,4 bilhões. Ainda assim, em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 28,2% no valor exportado, altamente favorecido pelo crescimento no volume (+27,2%).

Agropecuária cresceu 60,8%, favorecida pela safra e preços favoráveis. Os recordes de produção interna, somado aos problemas conjunturais externos, fizeram com que as exportações de milho assumissem a liderança na agricultura – com crescimento de 222,3% no valor exportado. Por outro lado, a soja apresentou crescimento de 16,2%, mesmo com sazonalidade não favorável.

A indústria extrativa retoma o crescimento, sustentada por óleos brutos de petróleo, que apresentou aumento de 124,9% no valor exportado na média diária, sendo quase em sua totalidade crescimento de volume. As incertezas sustentadas pelo conflito no leste europeu, que permanecem comprometendo os canais de oferta, corroboram para a elevação de preços.

Importações somaram US$23,4 bilhões no mês

Resultado bastante inferior às expectativas de US$23,1 bilhões. Já na comparação interanual, houve um crescimento de 25,5% no valor importado, amplamente sustentado pela variação de preços.

Na indústria de transformação, houve estabilidade. Em contrapartida, na agropecuária houve uma queda de 27% no valor importado, refletindo a redução no volume. Por fim, a indústria extrativa apresentou um crescimento significativo de 74,4% no componente preço, mas que não foi suficiente para conter a queda de cerca de 10% no valor importado.

Derivados de petróleo e fertilizantes protagonizaram os setores de indústria extrativa e indústria da transformação. O crescimento das importações reflete tanto componentes de oferta quanto demanda, reforçando a sensibilidade de ambos os produtos a conjuntura econômica e política global.

Perspectiva

Nossa perspectiva para a trajetória das exportações e importações é distinta. No caso das exportações, que apresentaram crescimento de volume rompendo com a dependência recente do componente preço, acreditamos na manutenção dos resultados.

Por outro lado, as políticas restritivas adotadas pelos bancos centrais globais, somada a normalização das cadeias de produção, estão aliviando a pressão sobre os preços, o que acaba pressionando o valor das importações brasileiras, que teve seu crescimento dependente desse componente no acumulado do ano de 2022.


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