Balança comercial registrou superávit de US$11 bilhões
Resultado veio acima das expectativas, de US$9,1 bilhões. A combinação do resultado acima das expectativas pelo lado das exportações, e abaixo das expectativas pelo lado das importações colaborou para o saldo do mês, que cresceu 37,7% em relação ao mesmo período de 2022.
As exportações somaram US$33,1 bilhões no mês, superando as expectativas em cerca de US$ 1 bilhão. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 7,5% no valor exportado, impulsionado pelo crescimento de 18,5% no volume exportado.
No setor de agropecuária, milho segue sendo beneficiado. A mudança em curso na matriz de grãos dos Estados Unidos permitiu que o Brasil capturasse parcela do mercado internacional, fazendo com que as exportações do grão crescessem 220,3%, no acumulado janeiro – março.
Indústria extrativa cresceu 20,6% no mês. Mesmo com recuo nos preços (-20,5%), o volume cresceu cerca de 58% em relação a março de 2022, na maioria devido à variação de 102,7% na média diária da exportação de óleos brutos de petróleo. Parte desse crescimento é justificado pela mudança tributária imposta pelo governo para exportadoras de petróleo bruto no mês passado, sugerindo que o recuo de quase 70% no volume exportado da commodity em fevereiro foi devido a Petrobrás acumular estoques no intuito de fornecer um impulso arrecadatório ao Governo Federal.
As importações somaram US$22,1 bilhões no mês, também abaixo das expectativas, de 22,8 bilhões. Em relação a fevereiro de 2022, houve pequenas variações no volume e preço, sendo que novamente foram negativas e positivas, respectivamente.
Todos os setores de atividade econômica apresentaram recuo no valor importado. Na Indústria de transformação, houve pequenas variações de volume e preços, o que amenizou a queda do saldo importado. No segmento, destacamos as importações de óleos combustíveis de petróleo, que cresceram cerca de 40% no período. Por outro lado, agropecuária e indústria extrativa recuaram cerca de 20%, pressionadas pelo componente de volume.
A partir do aumento no nível de exportações, refletindo a conjuntura favorável para petróleo e grãos, e uma conjuntura menos favorável para as importações, tendo em vista a desaceleração da atividade interna e os debates quanto a imposição de taxas a pequenas mercadorias, esperamos uma apreciação nos termos de troca brasileiros.