Em janeiro, balança comercial registrou superávit de US$2,7 bilhões
O resultado veio abaixo das expectativas, um superávit de 3 bilhões. O que justificou o resultado foi a queda acentuada tanto nas exportações quanto nas importações. Já a corrente de comércio apresentou um crescimento moderado, somando US$43,6 bilhões no mês.
As exportações somaram US$23,1 bilhões no mês, cerca de 1 bilhão abaixo das expectativas. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 11,7% no valor exportado, refletindo o crescimento de volume e preços, 9,5% e 5,6% respectivamente.
Mesmo com crescimento moderado do setor, destacamos o protagonismo do milho. Para além das condições internas favoráveis à safra do grão, está em curso um processo de mudança na matriz de produção de grãos dos Estados Unidos, em que a produção de soja, com um viés energético, ganha espaço frente às plantações de milho.
Dessa forma, o milho brasileiro vem ocupando essa lacuna deixada pelos americanos no comércio internacional. Em relação a 2022, o valor e o volume exportados variaram 163% e 121,8%, respectivamente.
Indústria extrativa sendo puxada pelo crescimento de volume exportado
O segmento apresentou crescimento de 22,3% no valor exportado, mesmo com a variação negativa nos preços. O crescimento de volume sinaliza a retomada da robustez do setor, que foi amplamente pressionado pelo componente preço em 2022.
Destacamos o crescimento no volume exportado de óleos brutos de petróleo e minérios de cobre, refletindo as tensões geopolíticas globais – o conflito entre Rússia e Ucrânia, e a crise interna no Peru. Quanto ao minério de ferro, as expectativas apresentaram uma melhora devido a flexibilização das políticas de contenção da Covid-19 na China. Ainda assim, a commodity apresentou queda de 12,2% nas exportações.
As importações somaram US$20,4 bilhões no mês, também abaixo das expectativas, que já estavam deprimidas. Em relação a janeiro de 2022, houve uma pequena contração no valor e volume importado, próximas de 2%.
A agropecuária apresentou crescimento considerável de 31,1%, passando a representar 2,5% das importações brasileiras – um aumento de 0,6 p.p. frente ao mesmo período de 2022. Por outro lado, a indústria extrativa contraiu 36,1%, pressionada pelo recuo de 21,7% do volume importado, refletindo quase em sua totalidade a redução das importações de gás natural, discutida no relatório anterior.
Por fim, derivados de petróleo permanecem liderando a indústria da transformação, segmento importador mais relevante. Ainda assim, houve decréscimo do volume de aproximadamente 28% e está em curso um processo de normalização de preços dos fertilizantes e combustíveis, que vem colaborando de forma positiva para o saldo comercial.