Em fevereiro, balança comercial registrou superávit de US$2,8 bilhões
Resultado veio acima das expectativas, de US$2,5 bilhões. Ainda assim, o número é inferior ao superávit de 4,6 bilhões registrado no mesmo período de 2022. O que refletiu negativamente na corrente de comércio, que contraiu 4,7%, para US$38,3 bilhões.
As exportações somaram US$20,6 bilhões no mês, levemente acima das expectativas. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 7,7% no valor exportado, refletindo o decréscimo de 12,3% no volume exportado.
Apesar da queda nas exportações da agropecuária, soja e milho seguem sendo beneficiadas pela conjuntura. Mesmo com queda no volume exportado, elevação do preço do bushel amenizou o impacto no valor exportado. No caso do milho, a mudança na matriz de grãos dos Estados Unidos cria oportunidade para o Brasil ocupar o gap deixado, ampliando o market share no comércio internacional de grãos.
Indústria extrativa recuou 38,2% no mês. O segmento apresentou queda tanto no componente de valor quanto de preço. Contudo, o minério de ferro, mesmo com a queda de preços, apresentou crescimento de valor de 20,6%. O crescimento de volume sinaliza a retomada da robustez da commodity e as perspectivas são favoráveis.
Já óleos brutos de petróleo apresentou recuo de 67,9% no valor exportado, revertendo a tendência dos últimos meses. Grande parte da contribuição veio do componente volume exportado, o que sinaliza um alerta, especialmente com o surgimento do imposto temporário sobre as exportações desse produto.
As importações somaram US$17,7 bilhões no mês, também abaixo das expectativas, que já estavam deprimidas. Em relação a fevereiro de 2022, houve pequenas variações no volume e preço, sendo elas negativa e positiva, respectivamente.
Novamente a indústria extrativa apresentou forte contração, de 33,0%, pressionada pelo recuo de 17,7% do volume importado, refletindo quase em sua totalidade a redução das importações de gás natural, que retornou à normalidade após estresse energético vivenciado no país em 2022.
Por fim, fertilizantes e derivados de petróleo permanecem liderando a indústria da transformação, segmento importador que corresponde a 85% do total importado. O processo de normalização de preços dos fertilizantes segue em curso, mas no caso de combustíveis, houve um repique no mês, reflexo do crescimento do volume exportado (+169%) frente a 2022.