Balança comercial registra superávit de US$ 4,05 bilhões em fevereiro
Resultado ficou acima da expectativa, que era de US$ 3,5 bilhões e superior ao superávit de US$ 1,83 bilhões do mesmo mês de 2021. O valor de US$ 22,9 bilhões em exportações e de US$ 19,2 bilhões em importações são recordes para o mês de fevereiro.
Na exportação, o maior volume de soja, +125% na comparação interanual, foi o principal fator para o valor recorde. Esse crescimento é explicado em partes pela colheita da safra que ocorreu mais cedo esse ano, bem como pelo aumento do preço da soja. A indústria extrativa também foi destaque, impulsionada pelo aumento nos preços e volume exportado de petróleo. Foram US$ 3,45 bilhões de exportação de óleos brutos em fevereiro de 2021 contra US$ 1,87 no mesmo mês do ano anterior.
Aumento dos preços da Indústria de Transformação foi o principal driver do resultado recorde de importações em fevereiro. As importações desse grupo aumentaram 24,5% em relação ao mesmo mês de 2021. Por outro lado, houve importante na importação de energia e gás natural. A importação de energia elétrica de países da América do Sul, principalmente Argentina, caiu 60,7% na comparação com fevereiro de 2021. Já a importação de gás natural, apesar do aumento de 280% em relação ao ano passado desacelerou consideravelmente comparada a janeiro de 2022, refletindo a menor necessidade de geração térmico com a recuperação dos reservatórios.
A participação do Brasil na corrente de comércio com a Rússia e Ucrânia é de apenas 1,5%. O principal grupo que compõem as importações pelo Brasil dos países envolvidos no conflito é o de Adubos e Fertilizantes. Rússia e Belarus são os principais produtores do fertilizante de potássio do qual o Brasil utiliza 99kg por hectare de terra plantada. Em 2021, importamos US$ 3,53 bi e US$508 mi em fertilizantes da Rússia e de Belarus respectivamente. Juntas, corresponderam a 28% das importações de fertilizantes do Brasil.
Os impactos do conflito nos preços dos commodities devem se refletir nos próximos resultados da balança comercial. Destacam-se as altas observadas nos preços da soja, minério de ferro e petróleo.