Macroeconomia


Análise | Balança Comercial | Dez22

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Rafaela Vitória

Publicado 02/jan5 min de leitura

Balança comercial registrou superávit de US$62,3 bilhões em 2022

No mês de dezembro, o superávit foi de US$4,77 bilhões. Novamente o resultado ficou acima das expectativas de US$3,0 bilhões. A queda das importações acima das expectativas colaborou para o resultado. A corrente de comércio somou US$48,5 bilhões no mês, enquanto no ano somou US$607,7 bilhões.

Exportações somaram US$26,6 bilhões no mês, pouco acima das expectativas. No ano, totalizaram US$335 bilhões. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 14,0% no valor exportado. Já no ano, o crescimento foi de 19,3%, com crescimento de volume e preços, 5,5% e 13,6% respectivamente.

Agropecuária cresceu 29,4% no mês. No ano, cresceu 36,1%, refletindo quase em sua totalidade a variação dos preços (31,5%). Com o processo de recessão global em curso, esperamos uma pressão sobre o setor. Novamente grãos, especificamente o milho, foi destaque no mês, refletindo a safra recorde e a oferta mundial mais escassa, seja por conflitos geopolíticos ou questões naturais.

Indústria extrativa cresceu devido a alta no volume exportado. O segmento apresentou crescimento de 24,5% no mês, mesmo com variação negativa nos preços. O crescimento de volume é positivo para o setor, que foi pressionado durante o ano pela correção nos preços. Em 2022, o segmento perdeu quase 6 p.p. de participação nas exportações brasileiras no ano de 2022, com o crescimento do segmento de agropecuária, e finalizou o ano com uma queda de US$3,7 bilhões em relação ao ano de 2021.

Importações no mês foram abaixo das expectativas

As importações somaram US$21,86 bilhões no mês, abaixo das expectativas. No ano, o total foi de US$272,6 bilhões. Resultado bastante inferior às expectativas de US$23,1 bilhões. Já na comparação interanual, houve um crescimento de 25,5% no valor importado, amplamente sustentado pela variação de preços.

A indústria de transformação e a agropecuária apresentaram crescimentos mais parcimoniosos, de 12,1% e 6,7% respectivamente. Em contrapartida, a indústria extrativa apresentou crescimento de 29%, com queda de volume e aceleração de preços. No ano, o crescimento do segmento foi de 69,8%, pouco impactado pela queda nas importações de gás natural.

Derivados de petróleo lideraram os setores de indústria extrativa e indústria da transformação. O crescimento do segmento segue refletindo tanto componentes de oferta quanto demanda, reforçando o crescimento da demanda com o processo de normalização de preços em curso.

Perspectiva

Nossa perspectiva para a trajetória das exportações e importações em 2023 é distinta. No caso das exportações, esperamos a manutenção dos resultados, especialmente com a possibilidade de retomada da economia chinesa. Por outro lado, acreditamos que as importações serão pressionadas, como reflexo da desaceleração da atividade interna.


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