Balança comercial registra superávit de US$ 4,16 bilhões no mês de agosto
Resultado veio acima das expectativas de US $3,6 bilhões devido a menores importações. O saldo teve variação de - 48% no ano contra ano, mas a corrente de comércio apresentou recorde na série histórica, com crescimento de 17,6% no mesmo período.
As exportações somaram US $30,84 bilhões em agosto, maior resultado da série para o mês. No acumulado do ano, houve crescimento de 18,4% do valor exportado, acompanhando o aumento de 16,7% dos preços.
Na agricultura, a conjuntura foi favorável para a soja e milho
Mesmo com queda de aproximadamente 10% no volume embarcado de soja, afetada pela seca do começo do ano, o comportamento benéfico dos preços levou a um aumento de 16,6% das exportações. No caso do milho, a safra positiva somada ao aumento de preços, levou a um crescimento de 136,8% do valor exportado.
Na indústria extrativa, destacamos o comportamento do minério de ferro, que no mesmo período no ano passado negociava a $160 dólares a tonelada, hoje negocia próximo de $100 dólares. A pressão baixista nos preços deve permanecer, devido à deterioração da conjuntura chinesa, desde problemas de logística fluvial e fornecimento de energia, como o ajuste no setor de construção.
As importações somaram US $26,68 bilhões no mês de agosto, recorde para a série histórica. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o valor teve crescimento de 30,5%, equilibrado entre volume e preço, 14,9% e 20,5% respectivamente.
Na análise setorial, destacamos o crescimento de 29,9% da indústria de transformação, com a alta das compras de adubos e fertilizantes químicos (+65,1%), que assumiram a liderança na pauta das importações brasileiras, e óleos combustíveis de petróleo (+65,1%). A indústria extrativa cresceu 45,4%, mesmo com a queda do volume de gás importado, devido ao menor uso das termoelétricas em 2022.
Alta das importações deve reduzir o superávit comercial no ano
O Ministério da Economia reviu a projeção de superávit comercial em 2022, de US$ 111,6 bilhões para 81,5 bilhões. O crescimento das importações, que alcançou nova máxima histórica, segue beneficiado pela elevação dos preços e da demanda interna mais aquecida. Além disso, a exportação de minério de ferro deve ficar abaixo do patamar alcançado em 2021. Considerando o saldo acumulado no ano até agosto de US$ 44,1 bilhões, mantemos nossa projeção de superávit comercial de cerca de US$ 60 bilhões.