Macroeconomia


Vivara | Revisão de Preço e Resultado 2T22

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Breno de Paula

Publicado 12/ago

Joia rara

A Vivara divulgou sólidos resultados no trimestre, impulsionada pela expansão de 31% nas vendas em mesmas lojas (SSS) e do recorde de venda diária (R$ 30,7 mm) alcançado na véspera do Dia das Mães. A companhia segue se consolidando, com 100% do plano de expansão de 2022 contratado e as perspectivas de inaugurações incluem aproximadamente 38 lojas Life e 18 lojas Vivara. Sem rivais à altura no mercado de joias brasileiro, acreditamos que a companhia tem razões para continuar otimista nos próximos meses. A retomada de celebrações (casamentos/nascimentos) também corrobora para a resiliência dos resultados, mesmo em cenário macroeconômico adverso. Reforçamos nossa recomendação de compra, com preço alvo de R$31/ação para o fim de 2022.

A receita bruta, líquida de devoluções, atingiu R$ 587,3 mm (+28,6% a/a). O canal físico contribuiu com R$ 516,1 mm (+37,7% a/a), efeito da expansão orgânica de lojas Vivara e Life, bem como das datas comemorativas (Dia das Mães e Dia dos Namorados). As vendas digitais foram impactadas pela migração do online para o físico, fruto do fim das restrições e retomada das atividades sociais/comerciais. No 2T22, as vendas digitais foram responsáveis por 11,5% da receita total, chegando a R$ 67,8 mm (-14,0% a/a). A margem bruta do trimestre atingiu 67,5% (-0,5 p.p. a/a), alinhada aos patamares saudáveis de rentabilidade da Companhia, sobretudo se considerarmos o contexto de valorização das pedras e metais preciosos nos últimos anos. Em nossa visão, a eficiência em custos é reflexo de um excelente mix de produtos, aliado à adequação de estoques entre as categorias. Esse impulso pode ser obtido graças ao maior volume de produção internalizada, fator que a difere entre os peers.

As despesas operacionais totalizaram R$ 199,1 mm (+40,8% a/a), o equivalente a 42,4% da receita líquida, (-3,3 p.p. a/a). O aumento nominal das despesas se deu, principalmente, pelo fim do benefício de descontos de aluguel e da redução de jornada e suspensão de contratos. Como consequência do bom ritmo de vendas, mix de produtos e precificação, a companhia registrou R$ 100,8 mm de EBITDA Ajustado (+13,8% a/a) e margem de 21,5% (-3,0 p.p. a/a). Em nossa visão, o desempenho tem sido bom no controle de custos e despesas, sobretudo se levarmos em conta o fim dos descontos, o aumento da produção própria e da alavancagem operacional decorrente do plano de expansão orgânico da Companhia.

A Vivara consumiu R$ 24,9 mm de caixa livre no 2T22, revertendo a geração de R$ 87,5 mm ante o último ano. Fato explicado pela retomada da operação e consequente aumento da alocação em capital de giro, sobretudo na conta Fornecedores, com prazo de pagamento encurtado. O índice de dívida líquida/ EBITDA ajustado dos últimos doze meses foi de -0,6x e reflete a boa saúde financeira da Vivara no momento.


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