A Vamos (VAMO3) anunciou nessa segunda-feira (12/09) a intenção de realizar uma oferta restrita de 48,4 milhões de ações ordinárias, com a possibilidade de lote adicional de 24,205 milhões de ações. Usando a cotação de R$14,46, preço de fechamento de sexta-feira (09/12), a companhia pode captar até 1,05 bilhões. O capital levantado será utilizado para financiar o crescimento orgânico da companhia, por meio do capex em expansão da frota de veículos pesados, máquinas e equipamentos.
A oferta será restrita, ou seja, seguindo a instrução CVM 476 na qual só poderão participar investidores qualificados e atuais acionistas no âmbito da oferta prioritária. Sobre a oferta prioritária, terão direito de participar os investidores que possuírem ações da Vamos em custódia na primeira data de corte, sendo o limite de subscrição atribuído de forma proporcional a posição na segunda data de corte.
Contexto
A Vamos vem apresentando crescimento orgânico acelerado, o que somada a natureza intensiva em capital do business tem propiciado altos níveis de alavancagem. No final do segundo trimestre, a companhia reportou crescimento de receita e EBITDA de 80% e 77% quando comparado com o mesmo período do ano passado, além de 1,5 bi de capex contratado (+ 67% a/a). Tais resultados vieram acompanhados de elevação da alavancagem que alcançou 3,3x dívida líquida/EBITDA
Apesar do alto endividamento, a Vamos (VAMO3) vem mantendo sua qualidade de crédito, suportada por bons indicadores de liquidez e robusto e resiliente fluxo de caixa operacional. Entretanto o nível de alavancagem pode restringir o ritmo de crescimento da companhia, em especial devido a aproximação dos indicadores Dívida líquida/EBITDA e EBITDA/Despesas Financeiras Líquidas dos seus respectivos covenants de 3,75x e 2,0x.
Nesse contexto, o follow-on contribui com a redução da alavancagem e permite a manutenção do rítmo de crescimento. A seguir realizamos um exercício de sensibilidade dos indicadores de endividamento em relação ao resultado da oferta (preço e quantidade de ações ofertadas).
• Dívida Líquida/EBITDA após follow-on (atualmente em 3,3x)
Além da Dívida Líquida/EBITDA é comum considerarmos também o running rate quando se trata da Vamos, isto é, usarmos o EBITDA do último trimestre anualizado ao invés do EBITDA dos últimos 12 meses. Isso porque o EBITDA dos últimos 12 meses não reflete completamente a expansão de frota recente.
• Dívida Líquida/EBITDA running rate após follow-on (atualmente em 2,5x)
Valuation
nxergamos com bons olhos o follow-on da Vamos uma vez que, se concretizado, contribuirá de forma relevante para a redução da alavancagem. Após a oferta, a companhia possuirá maior espaço no balanço para explorar o ainda subpenetrado mercado de locação de veículos pesado. Ainda, acreditamos que a companhia continuará apresentando elevada rentabilidade nos novos contratos firmados com o capital adicional, de forma que o aumento de capital deve agregar valor ao acionista.
Considerando o nosso atual preço alvo de R$17,50 para as ações da companhia, o efeito diluitivo do follow-on e uso do capital adicional para investimento com semelhante nível de rentabilidade (ROE) e crescimento (g), realizamos um exercício para o novo preço alvo da companhia após a oferta de ações.