Resultado robusto para o primeiro trimestre.
A Taesa segue apresentando constante evolução em seus resultados. A companhia tem reportado uma forte expansão dos ativos em seu portfólio, que em conjunto com o reajuste tarifário das receitas das transmissoras, indexado principalmente através do IGP-M e do IPCA, e dada a alta inflação dos últimos 12 meses, tem proporcionado fortes resultados para a companhia. O empreendimento de Janaúba, entregue em setembro do ano passado, contribuiu para um aumento anual de R$ 213 mm na receita da companhia, que através de uma boa gestão de custos, registrou significativos ganhos de margem. Ilustrando este desempenho operacional positivo, foi registrado um lucro líquido regulatório para o período de R$ 146 mm, variação de 36% a/a.
Entretanto, em razão de termos um preço-justo para a companhia em R$ 39,00/ação para o fim de 2022, entendemos que atualmente existe pouco espaço para upside, e mantemos a recomendação Neutra para o papel. Já para uma carteira voltada para dividendos, Taesa permanece como uma excelente opção, uma vez que esperamos um DY próximo de 8%.
Receita Líquida. A receita líquida regulatória apresentada pela Taesa ao final do primeiro trimestre foi de R$ 526 mm, variação positiva de 36,2% na comparação a/a, e 14% abaixo de nossas expectativas. Este aumento pode ser explicado, (i) pelo ajuste inflacionário da RAP para o ciclo 2021-2022, no qual o IGP-M, indexador de aproximadamente 80% da base de ativos da companhia, apresentou um reajuste de 37% para o período, (ii) além da entrada em operação da linha de Janaúba, em setembro de 2021, sendo o maior projeto greenfield já entregue pela empresa, com 545 Km de extensão, adicionando à Taesa uma RAP de R$ 213,6 mm.
Custos e despesas. A companhia reportou custos totais no valor de R$ 143 mm, 7,8% acima dos R$ 132,8 mm do 1T21. Estes custos foram justificados principalmente pelo reajuste salarial de 8,06%, que flete o reajuste da RAP para o ciclo 2021-2022. Também foi registrado um aumento de custos de 26% em serviços de terceiros, causado por despesas de caráter emergencial para serviços de drenagem e manutenção da concessão de Mariana, dadas as fortes chuvas do começo do ano.
EBITDA cresce. Mesmo com o aumento de custos, o crescimento mais robusto da receita líquida, impulsionado pela entrada da linha de Janaúba, possibilitou uma variação a/a de 43,5% no EBITDA regulatório consolidado apresentado pela companhia, que totalizou um montante de R$ 454,4 mm. Através desta expansão então, foi obtido um ganho de 4,4 p.p. em sua margem EBITDA, que agora se situa em 86,4%. Contudo, o EBITDA reportado veio 10% abaixo de nossas projeções, dado o incremento nos custos.
Resultado Financeiro e Líquido. A Taesa adotou uma política mais robusta de aplicação de caixa, que possibilitou, em conjunto com o aumento do CDI no período, um crescimento de R$ 18,6 mm em receitas financeiras, +423% a/a. Mesmo assim, por meio de suas 10a e 11a emissões de debêntures realizadas em maio de 2021 e fevereiro de 2022, em conjunto com o aumento do CDI e da inflação, incorreram em um resultado financeiro líquido negativo de R$ 227,9 mm, aumento de 24,9% na comparação anual. Mesmo com tal deterioração do resultado financeiro, dada a robustez de seu desempenho operacional, a companhia reportou um lucro líquido regulatório no valor de R$ 146,2 mm, +35,6% no a/a, e 7% inferior às nossas projeções.
Dívida e alavancagem. Dadas as novas emissões de debêntures da companhia, em maio do ano passado, e em fevereiro deste ano, a Taesa reportou um aumento de 21% no a/a em seu endividamento bruto, totalizando R$ 7,6 bi. Devido ao seu novo planejamento de política de caixa e aplicações financeiras, em conjunto com uma favorável geração de caixa operacional no período, o endividamento líquido da companhia, registrou R$ 6,1 bi, apresentando um bom desempenho em relação ao 4T21 (-1,4%). Em relação ao 1T21, a variação de dívida líquida da companhia foi de 17% no a/a. Em razão desta redução de sua dívida líquida, e do positivo desempenho operacional, a relação de Dívida Líquida / EBITDA da companhia foi de 3,8x versus 4,2x no 4T21.
Proventos. A companhia anunciou que foi aprovada em Assembleia de Acionistas, ocorrida no dia 28 de abril deste ano, a proposta de distribuição de R$ 800 mm em dividendos, referentes ao resultado líquido de 2021, equivalentes a R$ 0,77 (TAEE3 e TAEE4) por ação, e R$ 2,32 por unit (TAEE11), prevista para o dia 31 de maio de 2022. Sendo assim, o montante total de proventos distribuídos sobre o resultado líquido de 2021 totalizou R$ 1,78 bi, registrando um payout de 80,9%.