Chuvas retomam bom desempenho da companhia.
A Sanepar apresentou, nesta quinta-feira (05), positivos resultados para o 1T22. Com melhora do cenário hidrológico após o 4T21, o volume de chuvas foi satisfatório, a região Sul, que apresentava níveis críticos ao longo do ano de 2021, já demonstra níveis mais confortantes. Desta forma, a companhia seguiu realizando captações, e destinando recursos para investimentos em expansão dos números de ligações de água e esgoto, assim como em seus volumes faturados. A partir do desempenho operacional positivo então, em conjunto com uma boa gestão de recursos financeiros, foi registrado um avanço anual de 15% em seu EBITDA, que totalizou R$ 596 mm, e de 18% em seu lucro líquido, que foi de R$ 292 mm, ao mesmo tempo em que houve ganho de margem, e desalavancagem financeira.
Desta forma, através de uma expectativa positiva de desempenho para a companhia ao longo deste ano, assim como um entendimento de sub-precificação de seus ativos, mantemos recomendação de Compra para SAPR11, e preço-alvo ao final de 2022 de R$ 27/ação.
Base de ativos e volume dos reservatórios. Ao final do primeiro trimestre, o número de ligações de água foi de 3,06 milhões, enquanto o de ligações de esgoto encerrou o período em 2,17 milhões, ambos representando variações positivas de 2,2% e 2,9% no a/a, respectivamente, uma vez que houve robustos investimentos em expansão realizados pela companhia. Já em relação a produtividade, o volume total faturado de água obteve expansão anual de 5,1%, enquanto o volume faturado de esgoto manifestou expansão de 5,9%, ambos tendo maior participação da classe comercial, dada a expansão econômica registrada ao longo do primeiro trimestre.
Os reservatórios da companhia foram fortemente impactados pela crise hídrica e pelo fenômeno climático La Niña, iniciado em meados de 2020. A partir das políticas de rodízio e uso consciente de água, em somadas aos investimentos da companhia em barragens e obras estruturantes, e ao volume de chuvas elevado que se iniciou a partir do final de 2021, o volume médio dos reservatórios que abastecem os ativos da companhia apresentou forte recuperação, situando-se atualmente em 86,6%, contra 60,8% do ano anterior.
Receita líquida evolui. A receita operacional líquida da Sanepar ao final do primeiro trimestre do ano somou cerca de R$ 1,4 bi, crescimento de aproximadamente 15% no a/a. Esse crescimento pode ser justificado a partir da revisão tarifária ocorrida em maio de 2021, no valor de 5,77%, somada as expansões de volume faturado, e do aumento de ligações.
Custos surpreendem negativamente. Custos totais ao encerramento do período totalizaram um montante de R$ 916 mm, contra R$ 798 mm do 1T21, variação de 14,8%. Um dos principais motivos foi a instauração da bandeira de escassez hídrica, em março de 2021, que perdurou até abril deste ano, fazendo com que os custos de energia elétrica registrassem uma variação positiva de 41,4% entre o 1T21 e o 1T22. Custos com pessoal também apresentaram significante variação de 9,6%, em função do reajuste salarial (INPC) de 10,8% apresentado em março do ano passado, somado a indenizações trabalhistas e provisão de abono indenizatório reconhecidas no período, no valor de R$ 26 mm.
Melhora dos resultados. Mesmo com alta dos custos e despesas, dado ao robusto aumento na receita líquida, o EBITDA apresentou alta de R$ 14%, totalizando R$ 596 mm. Sua margem se manteve constante, com curta regressão de 0,3%, em 42,3%. As despesas financeiras apresentaram variação de 61%, em razão da alta de juros do período, e de novas captações realizadas pela companhia. Entretanto, foi adotado um novo regime de caixa e aplicações financeiras, que proporcionou constância para o resultado financeiro da Sanepar. Sendo assim, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 292 mm, alta de 18,4% na comparação anual, além de um ganho de 0,6 p.p. em sua margem líquida, que ficou em 20,7%.
Endividamento e investimentos. O endividamento bruto encerrou o 1T22 no montante de R$ 4,7 bi, crescimento de 15% a/a, enquanto o endividamento líquido apresentou uma variação anual de 13%, totalizando um montante de R$ 3,1 bi. A companhia realizou duas captações adicionais ao longo do trimestre, que juntas somaram R$ 600 mm. Mesmo assim, com robusto desempenho operacional, a Sanepar conseguiu reduzir brevemente o seu grau de endividamento, de 48,4% para 48,1%, assim como o seu índice de alavancagem, que encerrou o período em 1,3x, ante a 1,4x no 1T21.